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Há muita água no Brasil. Por que a escassez?


A notícia não é nova. Apesar de estarmos ouvindo mais esse assunto nos últimos dias, a questão da escassez da água é uma preocupação que nos ronda há alguns anos. Porém, trata-se de um contrassenso. No primeiro texto dessa nossa série, informamos um dado extremamente significativo: o Brasil detém 12% da reserva de água potável no mundo. No mundo. 12% é um número satisfatório. Podemos dizer que somos privilegiados.

Apesar disso, de vez em quando aparece uma notícia falando sobre falta d’água, reservas escassas e possível racionamento. Em 2015, uma matéria do Jornal da Globo trouxe alguns indicativos para refletirmos.

A matéria explicava como Cingapura que, diferente do Brasil, não tem uma gota de água natural, e mesmo assim resolveu o seu problema de escassez. Na época, o sudeste, região mais próspera do país, anunciava uma crise hídrica. Quem não se lembra dos baixos índices da Cantareira e da possibilidade cada vez mais iminente de um racionamento?

Algumas respostas nunca teremos. Mas cabe pensar sobre o assunto. Possivelmente, o Brasil é um caso de país rico em água, porém com distribuição mal planejada. Até porque se tem uma região que conhece bem de perto a seca, e há muito tempo, é o Nordeste.

Nossa água no Brasil se concentra na bacia do Rio Amazonas, onde vive uma parcela pequena da população brasileira. Depois, não fazemos muita questão de economizar. Cerca de 37% da água potável encanada é perdida com vazamentos nas redes de distribuição e ligações clandestinas. Por fim, no país apenas 39% do esgoto recebe tratamento. O restante vai para a natureza, poluindo o que ainda está puro. É assustador imaginar que mais da metade do esgoto está indo diretamente ao encontro das nossas águas abundantes. Se somos privilegiados com os 12%, não estamos sabendo aproveitá-los. E, se continuarmos nesse ritmo, vai faltar água sim.O exemplo de Cingapura talvez nos ajude a pensar melhor sobre o assunto. A pequena ilha procura proteger suas fontes naturais de água. Há um rio sinuoso, de proporções singelas, que corta um parque e parece muito natural, mas na realidade foi feito pelo homem.

Tudo foi ali colocado de acordo com um planejamento rigoroso. É mais um projeto de Cingapura para gerenciar suas águas. Até então, por lá passava um canal de concreto no meio do nada. Agora é um dos maiores parques da cidade, adorado pela população. O lugar também serve para acumular água de chuva e evitar enchentes durante os temporais. Em resumo, é uma espécie de “piscinão” bem feito e que converge para o pensamento de preservação.

E no Brasil, cuidamos dos nossos rios? O Rio São Francisco, importante pra região, segue sendo sacrificado por conta da seca. Isso acontece porque as hidrelétricas ali próximas “seguram” as águas que o rio traz, por conta da ameaça da escassez. E nessa de “segurar” água, quem sai perdendo é a foz do rio, que perde sua força e vem sendo pouco a pouco invadido por água salgada em seu leito.

E essas são apenas algumas das questões que temos em pauta para pensar sobre água e preservação no Brasil. Realmente, temos muita. Mas é preciso começar a pensar em economia e preservação. Cada litro conta, cada litro tem importância. Faça a sua parte. Cuide do nosso planeta. Cuide da nossa água!


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