Dicas e Roteiros

Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral

Marcados por seus impressionantes cânions, os vizinhos Parque Nacional de Aparados da Serra e Parque Nacional da Serra Geral, estão localizados nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e juntos abrigam mais de 60 cânions. Formados há mais 130 milhões de anos, os cânions são grandes rupturas na terra resultantes da movimentação tectônica e do trabalho incansável dos rios, ao longo das eras. Essas formações, que dividem o planalto gaúcho da planície catarinense, parecem ter sido “aparadas” minuciosamente. Daí o nome “aparados da serra”.

O cânion mais conhecido no Aparados é o Itaimbezinho, cujo nome é oriundo do Tupi-Guarani (ita significa pedra, e aimbe cortada, afiada). Com 5.700 metros de extensão, quase 2 km de distância e 720 metros de altura em seu ponto mais alto, é coberto por Mata Atlântica em sua parte mais baixa e por Mata de Araucária, na parte superior. Atualmente o Itaimbezinho só pode ser conhecido por três trilhas diferentes: duas por cima, nas bordas do cânion; e uma por baixo, subindo o Rio do Boi, pelo vale.

O Parque de Aparados é bastante organizado: os locais de visitação são bem sinalizados e os acessos normalmente fáceis. No Centro de Visitantes, próximo à entrada principal do parque, uma maquete mostra os cânions, as cachoeiras e todo o entorno do parque. Funcionários treinados fornecem informações sobre história, fauna, flora e as trilhas que levam aos mirantes. Há também um espaço cultural com exposição de fotos e auditório para 50 pessoas, além de lanchonete, sanitários, loja de artesanato, ambulatório e estacionamento.

De lá partem duas trilhas. A Trilha do Vértice é a mais fácil e curta de ser percorrida. Com 1,5 km (ida e volta), circunda a boca do Itaimbezinho, proporcionando um lindo visual. Dela é possível avistar duas quedas: a Cascata das Andorinhas, com 700 metros de altura, e a Véu da Noiva. Já a Trilha do Cotovelo tem 6,3 km de extensão, ida e volta, e segue pela borda direita do Cânion. Permite uma visão privilegiada de todo o cânion, por cima. É importante lembrar que o acesso ao parque é bastante controlado e só é permitido iniciar esta trilha até as 15h.

Mas para quem já tem experiência em caminhadas e gosta de aventura, vale a pena conhecer o Itaimbezinho por dentro dele percorrendo a Trilha do Rio do Boi. São aproximadamente 8 km de distância (ida e volta), entre paredões de até 700 metros de altura, partindo do Vale do Itaimbezinho. Boa parte da trilha é dentro do rio, com muitas pedras no caminho, e dependendo do nível da água ela pode ficar acima do joelho. O acesso é feito por uma outra entrada do parque, via Praia Grande (SC). As piscinas naturais do caminho valem o esforço. No entanto, é importante se informar se houve chuva nos dias anteriores à caminhada, porque o nível do rio pode subir rapidamente. É obrigatório o acompanhamento de um guia local, que pode ser contratado em Praia Grande.

Já no Parque Nacional da Serra Geral, também no município de Cambará do Sul, os cânions mais famosos são o Malacara e o Fortaleza, sendo este o que mais surpreende os visitantes por sua magnitude. Uma caminhada de aproximadamente 30 minutos leva ao ponto mais alto e de melhor observação do Fortaleza. Dos seus 1.117 metros de altura é possível avistar boa parte dos sete quilômetros de extensão do cânion, e se o dia estiver limpo até o litoral catarinense e gaúcho. A trilha que dá acesso a esse monte começa no final da estrada que corta o parque. No meio da caminhada, pode-se ver a Cachoeira Fortaleza. É considerado um dos maiores cânions da América Latina.

Seguindo uma trilha fácil, de aproximadamente 800 metros, chega-se à cachoeira do Tigre Preto, localizada na parede sul do cânion Fortaleza. Atravessando o rio por cima das pedras, e seguindo por mais 250 metros de trilha, é possível ter uma linda vista da queda. Mais 30 minutos de trilha pela borda do cânion e encontra-se a Pedra do Segredo, um enorme bloco de cinco metros de altura, apoiado sobre uma área de 50 centímetros quadrados. A impressão que dá é que a qualquer momento a pedra vai tombar e cair. A origem do nome está no fato de que a pedra só é vista deste ponto específico, tornando-se um segredo para aqueles que não a avistam de outros locais.

Para os que querem conhecer o cânion Malacara, a caminhada é bem mais árdua. Como o acampamento no parque está proibido, é necessário ir e voltar no mesmo dia. São 22 quilômetros (ida e volta), partindo do cânion Fortaleza. É aconselhável o acompanhamento de um guia, pois se ocorrer a viração – que é a subida das nuvens por causa da diferença de temperatura e pressão entre o litoral e a serra –, fica muito fácil se perder. Também é possível conhecer o Malacara por baixo. Neste caso, a trilha inicia-se em Praia Grande, na Vila Rosa, e basta subir o leito do rio e enfrentar suas pedras. São aproximadamente três horas de caminhada (ida e volta), com muitos banhos no caminho.

No inverno, o clima frio e seco, além da altitude, é fator determinante para o fenômeno atmosférico mais esperado na região: a neve. Todos os anos a temperatura cai vertiginosamente a partir do mês de julho, já tendo descido a -8ºC. Este frio intenso acompanha fortes geadas e formação de cristais de gelo, compondo magníficas esculturas naturais. E quando a neve embeleza os campos, a paisagem fica deslumbrante. Justamente por isso a melhor época para visitar o parque é inverno (especialmente junho e julho), quando as paisagens estão mais nítidas, o risco de nevoeiros é menor e a quantidade de chuva menos intensa.

Ao contrário de outros locais do mundo onde os cânions aparecem quase sempre em regiões extremamente áridas, a vegetação de campos de altitude e de araucárias na parte superior, e de Mata Atlântica na parte inferior, marcam a região como uma das mais belas deste planeta.

Como chegar

A entrada do Parque Nacional de Aparados da Serra fica a 18 km do município gaúcho de Cambará do Sul, e a 22 km de Praia Grande, cidade localizada aos pés dos cânions, em Santa Catarina. Para chegar lá, por um lado ou por outro, é necessário enfrentar estrada de chão. Já o acesso ao Parque Nacional da Serra Geral é feito por Cambará do Sul, em 21 km de estrada de terra.

Vindo de Porto Alegre pela BR 116, segue-se até Novo Hamburgo, depois em direção à Taquara, São Francisco de Paula, Tainhas e finalmente Cambará do Sul (RS). Pelo litoral, deve-se pegar a BR 101 até Torres (RS), depois seguir para o trevo de São João do Sul e seguir até Praia Grande (SC). A Serra do Faxinal, que liga Praia Grande à Cambará do Sul, tem um visual lindíssimo, mas por ser 40 km de estrada de chão muito íngreme deve ser evitada em dias de neblina muito forte.

Dicas úteis

  • O Parque Nacional de Aparados da Serra está aberto à visitação de quarta à domingo, das 9h às 17h. Em feriados, costuma abrir nas segundas e terças-feiras, mas é aconselhável confirmar antes. Já o Parque Nacional de Serra geral funciona todos os dias, das 8h às 18h.
  • O Parque da Serra Geral não possui infra-estrutura alguma. Não há centro de visitantes, lanchonete e nem sanitários. Leve tudo o que precisar, inclusive a sua pazinha.
  • O tempo na região é muito instável. Além disso, há o fenômeno da viração, que faz com que as nuvens subam por dentro do cânion por causa da diferença de temperatura e pressão entre o litoral e a serra. A viração dificulta muito a visibilidade.
  • Como a região tem características muito próprias, é recomendável sempre estar com um guia nas caminhadas mais distantes.
  • Entre os meses de maio e agosto a visibilidade é melhor e o céu está mais azul. No verão (entre dezembro e março) os banhos
  • são mais agradáveis, menos frios, apesar de ser uma época de muita cerração. Evite o mês de setembro, quando chove muito e a visibilidade é péssima.

Cânions com Trilhas & Rumos

Para aguentar o vento e o frio, tão comuns na região, sugerimos o Abrigo Parkha Klima, que é composto por duas peças: um casaco interno de fibra polar e, por fora, um anorak. Tem a opção de se desmembrar em dois, nos momentos mais quentes. Possui impermeabilização para 1.200 mm de coluna d’água, e reforço em pontos mais expostos ao atrito (ombros e cotovelos).

Para os mais precavidos, em qualquer temporada é sempre bom ter no fundo da mochila um anokak, como por exemplo o Abrigo Anorak Storm, que tem impermeabilização de resistência a 10.000 mm de coluna d’água e costuras seladas. Possui ainda capuz embutido na gola, com sistema de ventilação que evita a condensação e feito em tecido respirável.

Ainda sobre vestuário, para suportar ventos inesperados sugerimos o Corta-vento Minuano, que é muito leve e compacto. Outra boa opção é a camisa Trilhas Pro, que pode ser usada isoladamente ou em conjunto com casacos.  É feita em tecido revolucionário, que diminui os pontos em contato com a pele através de micro-almofadas.

Para carregar as coisas durante as trilhas e caminhadas pelos parques do Sul, uma boa dica é a mochilaAlpina 43. Tem desenho que facilita o deslocamento em locais de mata fechada, boa ventilação nas costas e compartimento central espaçoso. A tampa possui bolso na parte de trás com compartimento aonde se encontra uma capa de chuva, para proteger a mochila, e outro na parte interna, em tela e protegido, sendo ideal para levar documentos e pequenos objetos, sendo de fácil acesso. É feita em tecido Ripstop, com fundo reforçado. Tem suporte para sistema de hidratação.

Saiba mais na Internet

http://www.bemtevibrasil.com.br/aparados.html
http://www.bemtevibrasil.com.br/serrageral.htm
http://www.zone.com.br/destinoaventura/index.php?destino=destino_mostra&mdireito=nao&id_destinos=21&pid
http://www.cprm.gov.br/aparados
http://www.atitude.tur.br/aparados.htm
http://www.guiaaparadosdaserra.com.br
http://expedicaoparquesnacionais.com.br/brasil/diario-de-bordo/parque-nacional-aparados-da-serra-rssc/
http://360graus.terra.com.br/ecoturismo/default.asp?did=1118&action=reportagem
http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/rio-grande-do-sul/cambara-do-sul/parque-nacional-dos-aparados-da-serra-10250-ha

Por Márcia Soares, maio de 2010.


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