Criado em 1972 para proteger a nascente do Rio São Francisco, o Velho Chico, o Parque Nacional da Serra da Canastra dispõe de muitas opções para quem gosta de curtir a natureza. oferece inúmeras cachoeiras para banho, com destaque para a Casca d’anta, com 200 metros de altura. situada no sudoeste de minas gerais, está a 630 km de São Paulo e 754 km do Rio de Janeiro. o acesso mais procurado é pela cidade de São Roque de Minas, a 8 km da portaria principal do parque. seu território abrange outros cinco municípios: Vargem Bonita, Delfinópolis, São João Batista do Glória, Capitólio e Sacramento.
O grande objetivo da criação do parque foi a proteção das nascentes do Rio São Francisco, curso d’água que brota no imenso chapadão em forma de baú ou canastra e se espalha por uma extensa área alagada na parte mais alta do parque. esta área é denominada Chapadão do Zagaia, próximo a São Roque de Minas, a 1.428m de altitude. os filetes d’água vão se juntando e, aos poucos, o rio ganha a sua configuração, seguindo rumo ao nordeste.
A Serra da Canastra é uma espécie de berçário de rios situado bem no divisor de duas bacias hidrográficas: a do Rio Paraná e a do Rio São Francisco. da bacia do Paraná, um dos rios mais conhecidos que nascem no chapadão é o Araguari, também chamado de rio das velhas na parte inicial. foi às margens dele que no século 18 surgiu o garimpo de ouro que deu origem à histórica vila de Desemboque, marco de toda a ocupação do brasil central.
Na estrada de 60 km que atravessa o parque por cima do chapadão está localizada a primeira ponte sobre o rio São Francisco e o marco de sua nascente. esse marco é uma imagem de São Francisco de Assis segurando um livro. diz o folclore da região que a imagem desce do pedestal em noites de lua cheia para curar os animais feridos. na placa abaixo da imagem está gravada a oração de São Francisco.
Esta estrada principal dá acesso a vias secundárias, que chegam a algumas das principais atrações como o Retiro de Pedras (área da primeira fazenda instalada na região), a parte alta da Cachoeira dos Rolinhos, o cânion do Rio São Francisco e a parte alta da cachoeira casca d’anta. aliás, fazendas era o que não faltavam à época da criação do parque. apesar das resistências, com o passar dos anos os fazendeiros foram desapropriados e muitos deles tiveram que ser retirados à força pela polícia federal, o que gerou inúmeros processos contra o ibama.
O parque ainda não tem sua situação fundiária regularizada por completo. previsto com uma área inicial de 200 mil hectares, o parque se efetivou com uma área de 71.525 ha, por conta dos conflitos locais. e hoje tramita no senado um projeto de lei que propõe a redução de 48 mil hectares, mais da metade de sua área. o novo traçado exclui áreas de importante diversidade biológica e de grandes pressões sobre sua riqueza ambiental.
Considerado um dos mais importantes parques do cerrado, possui campos rupestres e árvores de pequeno e médio portes. o relevo acidentado e a vegetação rasteira produzem uma paisagem única, com grandes vistas panorâmicas e muitas cachoeiras com altura acima dos 100 metros. seu principal atrativo é a própria Serra da Canastra, maciço que lhe dá nome. além da abundância de água, conta com uma fauna riquíssima, com seriemas, corujas, gaviões carcarás, tucanos, veados-campeiros, tamanduás-bandeira, lobos-guará e tatus-canastra entre seus habitantes.
Com temperaturas amenas, entre 17 e 23 graus, a serra da canastra tem seu período mais chuvoso entre dezembro e fevereiro. suas altitudes variam entre 900 e 1.496 (na torre da serra brava). não é permitido o acesso de carro dentro do parque, a não ser em casos especiais: pessoas com dificuldade de locomoção, com crianças de colo ou idosos. também não é permitido acampar ou fazer churrasco dentro dos limites do parque. a área de camping que havia na parte baixa da cachoeira Casca d`anta foi desativada. no parque, recomenda-se somente caminhar por trilhas conhecidas e sinalizadas, de preferência na companhia de um guia local.
A região conta com outras cidades com atrativos, fora da área do parque, que valem a pena serem visitados. a cidade de Delfinópolis é famosa por ter mais de 100 cachoeiras. existem trilhas na região que atravessam vales e montanhas e passam por várias cachoeiras no transcorrer do percurso. a trilha da Casinha Branca é uma delas. pode ser feita em um dia inteiro, e passa por várias cachoeiras, com piscinas naturais. até cachoeira de agua quente existe em Delfinópolis na trilha da Dona Maria Concebida. a estrada que liga Delfinópolis a Vargem Bonita passa pelo Chapadão da Babilônia. uma região com cachoeiras e paisagens lindíssimas. outra cidade que reserva encantos é São João Batista do Glória. as cachoeiras do vale do céu valem uma visita.
Principais Atrativos
Casca d’anta – um dos atrativos mais visitados, é formada por uma sequência de cinco quedas do rio São Francisco e tem uma queda de aproximadamente 200 metros. se estende por um desnível de 350m, formando belos poços perfeitos para um mergulho nas águas límpidas do velho chico. é dividida em dois pontos de visitação: parte alta e parte baixa. a caminhada da parte alta para parte baixa e vice-e-versa leva pelo menos 5 horas. para acessar a parte alta é preciso entrar pelas portarias 1, 2 ou 3, sendo a primeira a mais próxima. para chegar pela parte baixa o caminho é a portaria 4. à medida que se sobe ou desce a trilha, observar-se por ângulos diferentes o vale do velho chico, a Serra da Babilônia e o próprio perfil da Serra da Canastra.
Cachoeira dos Rolinhos (parte alta) – fica no córrego da mata. possui 210m de queda. porém não e possível ver toda a queda da parte alta, apenas a paisagem do topo da cachoeira. o local possui ótimos poços para banho e duas belas cachoeiras muito próximas chamadas de Rolinhos Parte de Cima ou do Colibri.
Curral de Pedras – antigo curral feito de pedras e também conhecido corno retiro das posses. ótimo local para fotografar o pôr do sol e observar animais silvestres.
Garagem de Pedras – garagem que atendia a Fazenda Velha dos Cândidos e hoje é um mirante. pode-se ver todo o vão dos Cândidos, a Serra do Taboão, a Serra das Sete Voltas e o Chapadão da Babilônia. dizem que o Velho Cândido quando voltava de suas viagens deixava o carro na garagem que fica no alto da serra e soltava foguetes para anunciar sua chegada aos funcionários da fazenda, que subiam a serra a cavalo para buscá-lo.
Retiro de Pedras – casa e senzala de pedras (restando apenas a senzala). primeira habitação dentro da área do parque no decorrer do século XVIII. posteriormente, serviu de local para estudos sobre o lobo-guará. serve hoje de ponto de apoio a pesquisadores. acesso restrito.
Vindo de Belo Horizonte, sul de Minas, Rio de Janeiro ou São Paulo, o acesso principal é via São Roque de Minas é pela rodovia MG 050, que liga Belo Horizonte à região nordeste do estado de São Paulo. chegando à cidade mineira de Piumhi, o visitante deve entrar no primeiro trevo (para quem vem de belo horizonte e Rio de Janeiro) ou no segundo trevo (para quem vem de São Paulo) e atravessar a cidade seguindo a indicação das placas até a rodovia secundária de 60 km (33 km de terra no trecho final) que leva a São Roque de Minas. entre Piumhi e São Roque de Minas, o visitante atravessa dois vilarejos: São Sebastião dos Cabrestos (município de Vargem Bonita) e Sobradinho (São Roque de Minas).
Os 33 quilômetros de terra têm condições precárias de conservação. será preciso trafegar em baixa velocidade devido às curvas, mata-burros e buracos. na época da seca (abril a outubro) o motorista encontra muita poeira e na época das chuvas (novembro a março) corre o risco de pegar barro e pequenas ladeiras escorregadias. na maior parte do tempo, porém, a estrada é trafegável para qualquer tipo de veículo.
Para quem vem de Araxá, Uberlândia, Uberaba, cidades de Goiás e Distrito Federal existe um outro acesso que é via Bambuí, também com 33 km de terra no trecho final. a referência principal é a BR 262 (Uberaba – Belo Horizonte). 13 km após passar pela cidade de Estalagem, entrar na BR 354 até Bambuí e de lá para São Roque de Minas.
Para quem visita a Serra da Canastra é fundamental ter uma mochila versátil, que caiba o lanche do dia, água e outros acessórios. uma boa opção é a Anaton 18. possui formato anatômico, espaço para cantil flexível, dois bolsos laterais em tela aonde entram duas garrafas adicionais para hidratação e um bolso frontal com compartimentos internos para celular, canetas, etc. para quem costuma carregar mais coisas, a Crampon 38 é a melhor sugestão. possui bolso frontal e acesso pelo fundo, além de bolsos laterais para colocação de cantis e bolsinhos menores na barrigueira para coisas pequenas.
Nos períodos mais chuvosos, ou mesmo para aguentar chuvas inesperadas, é bom ter na mochila um Anorak, como o abrigo Anorak Storm, que tem impermeabilização de resistência a 10.000 mm de coluna d’água e costuras seladas. possui ainda capuz embutido na gola, com sistema de ventilação que evita a condensação e feito em tecido respirável.
Ainda sobre vestuário, para suportar ventos inesperados sugerimos o corta-vento Minuano, que é muito leve e compacto e indispensável para se ter sempre no fundo da mochila. outra boa opção de vestuário é a camisa Trilhas Pro, que pode ser usada isoladamente ou em conjunto com casacos. é feita em tecido revolucionário, que diminui os pontos em contato com a pele através de micro-almofadas.
Sites Relacionados:
– http://www.serracanastra.com.br/
– http://www.serradacanastra.cjb.net/
– http://www.canastra.com.br/
por márcia soares, junho de 2009.
atenção: essa seção foi desenvolvida para dar idéias e sugestões de lugares onde você poderá usar os produtos trilhas e rumos. são, em sua maioria, roteiros de caminhadas, mas pretendemos ampliá-los aos poucos, com as roteiros de nossos clientes e visitantes. utilize este roteiro como fonte de inspiração mas não como única fonte de informação.
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