Conhecido por suas cachoeiras, cânions, cavernas, flora e fauna riquíssimos, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros abriga uma beleza exuberante e intrigante, que atrai aqueles que gostam de um contato mais próximo com a natureza. O parque está localizado em pleno Cerrado brasileiro, na região Centro-Oeste, a apenas 230 km de Brasília. É reconhecido como Patrimônio Natural Mundial da Humanidade, pela Unesco, desde dezembro de 2001. Opções de atividades não faltam, especialmente caminhadas em trilhas e banhos de cachoeira.

Muitas curiosidades envolvem a Chapada dos Veadeiros. Além de toda a natureza, é a área com maior luminosidade vista da órbita da terra, segundo pesquisa da NASA. Isso ocorre devido à quantidade de cristais de quartzo que afloram do solo, além de inúmeros outros metais e minérios. A região está localizada sob uma imensa placa de cristal de quartzo. Por isso, muitos místicos e esotéricos costumam buscar energia neste local, situado no paralelo 14, o mesmo que passa por Macchu Picchu, no Peru.

Estudiosos dizem que a região existe a pelo menos 1,4 bilhões de anos, abrigando uma das formações mais antigas do planeta. Algumas rochas encontradas no local têm mais de 200 milhões de anos. Por ser tão antiga e pela quantidade de nascentes – são mais de 2.000 cachoeiras catalogadas – a Chapada dos Veadeiros é conhecida como o “berço das águas”. As águas dos rios possuem uma cor castanha, por causa da grande concentração do óxido de ferro. Apesar da cor, as águas são puríssimas.

A porta de entrada para a região é a cidade de Alto Paraíso de Goiás, a 36 km da entrada do parque (acesso por estrada parcialmente asfaltada), que fica no Povoado de São Jorge. Alto Paraíso oferece grande infraestrutura turística, com restaurantes e pousadas. Seus moradores contribuem para o clima místico da região. Muitos vieram de outras regiões do Brasil e exercem atividades consideradas alternativas por muitas pessoas. São tarólogos, astrólogos, terapeutas, além dos guias, que trabalham conduzindo os visitantes pelas trilhas e pelo Parque Nacional.

O Clima da Chapada apresenta duas faces bem distintas ao longo do ano, uma época de seca, e uma época bastante chuvosa. Possui clima semitropical de suave brisa, com temperatura média entre 21º e 22º C. A melhor época do ano para ir é entre maio e outubro, pois chove menos e a vegetação fica mais exuberante. O verão (outubro a abril) é um período de chuvas torrenciais.

A vegetação predominante é o cerrado de altitude – mais antigo que a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica – com matas ciliares, veredas com buritis e campos floridos de sempre-vivas, canelas de ema, caliandras, mimosas e outros que, principalmente a partir de janeiro, florescem atingindo seu apogeu em maio. Entre as espécies da fauna que habitam o parque, cerca de 50 são classificadas como raras, endêmicas ou sob risco de extinção na área.

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi criado em 1961, pelo então presidente Juscelino Kubitschek, com o nome de Parque Nacional do Tocantins. A área do parque, antes com 650 mil há, foi reduzida várias vezes e hoje é de apenas 65.514 há, sendo apenas 3% deste total aberto ao uso público. A maior parte é restrita para fins de pesquisa e preservação. O acesso ao parque é permitido apenas com o acompanhamento de condutores credenciados. Entretanto, muitas das belezas que valem ser visitadas na região estão fora co parque. Confira as principais atrações:

Cachoeira do Rio Preto – Com uma altura de 80 m, seu acesso é feito através de uma caminhada de aproximadamente 50 minutos (6 km) partindo da Vila de São Jorge pelo cerrado. Há um lago bom para nado na base da cachoeira. Na volta, a subida exige um esforço maior.

 Canyon 2 e Cariocas – O acesso é feito através de uma caminhada leve de, aproximadamente, 45 minutos, atravessando alguns riachos. No caminho, é possível observar a beleza das flores do cerrado. O Canyon 2 é um estreitamento do Rio Preto que forma uma cachoeira belíssima. Um pouco mais à frente, encontra-se a Cachoeira das Cariocas onde é possível nadar, aproveitar duchas variadas e hidromassagens naturais.

Canyon 1 – Partindo do Canyon 2, chega-se ao Canyon 1 por dentro do rio que forma belíssimas piscinas nos meses de maio a outubro. Rio acima encontram-se belos paredões de pedra.

Cachoeira Almécega – A partir da entrada de São Bento, são 4 km de carro até Serra Almécegas. A trilha pelas escarpas e o campo úmido até o campo de Almécegas 1 tem 700 m. Para descer à base da cachoeira, com 60 m de altura e 30 m de largura, caminha-se 700 m em declive. A Almécegas 2, que tem 15 m de altura, pode ser alcançada de carro.

Vale da Lua – A caminhada de 6 km começa em trecho de mata ciliar até São Miguel. Depois a trilha alcança a margem do rio São Miguel. O Vale da Lua é um conjunto de rochas acinzentadas esculpidas pelas águas. As crateras formadas ali parecem lunares e o rio cria poços de água cristalina.

Parque Solarium – A caminhada, no povoado de Moinho, leva à cachoeira dos Arcanjos (10 m) e dos Anjos (7 m), formadas pelo rio Pretinho. O trajeto apresenta declives em alguns trechos, mas a trilha é bem demarcada.

Poço Encantado – Praia de areia com piscina natural de 25 m de extensão e área de lazer.O acesso se dá pela rodovia estadual GO-118.

Cachoeira da Água Fria – Além de uma visão de todo Vale dos Orfãos, nesse local também se encontra uma antiga mina de extração de cristal. A prática do rapel é uma ótima pedida tanto para iniciantes quanto para mais experientes.

Como chegar O principal ponto de referência é a capital, Brasília. De lá segue-se pela BR-020 no sentido de Sobradinho e Planaltina de Goiás, e depois pela Go-118 até Alto Paraíso de Goiás. Na Rodoferroviária de Brasília há linhas diárias de ônibus direto para Alto Paraíso e a viagem dura cerca de 3 horas.

Distância de algumas capitais:

– São Paulo (SP): 1367 km
– Rio de Janeiro (RJ): 1242 km
– Belo Horizonte (MG): 944 km
– Brasília (DF): 230 km – Salvador (BA): 1687 km
– Porto Alegre (RS): 2341 km

Veadeiros com Trilhas & Rumos

Para começar, como o que mais se faz na Chapada dos Veadeiros é caminhar, é fundamental ter uma mochila versátil, que caiba o lanche do dia, água e outros acessórios. Uma boa opção é a Anaton 18. Possui formato anatômico, espaço para cantil flexível, dois bolsos laterais em tela aonde entram duas garrafas adicionais para hidratação e um bolso frontal com compartimentos internos para celular, canetas, etc. Para quem costuma carregar mais coisas, a Crampon 38 é a melhor sugestão. Possui bolso frontal e acesso pelo fundo, além de bolsos laterais para colocação de cantis e bolsinhos menores na barrigueira para coisas pequenas.

 A hidratação deve ser levada em conta, especialmente se a trilha for feita nas épocas mais quentes. A Trilhas & Rumos possui várias opções de cantis, entre eles o Cantil Flexível Hidrat 2, que comporta dois litros de água e é adaptável a diversos modelos de mochilas. A saída de água é feita por uma mangueira que, conectada ao cantil, chega até a boca do usuário e permite que ele beba mesmo em movimento.

Para quem for visitar nos períodos mais chuvosos, ou mesmo para aguentar chuvas inesperadas, é bom ter na mochila um anorak, como por exemplo o Abrigo Anorak Storm, que tem impermeabilização de resistência a 10.000 mm de coluna d’água e costuras seladas. Possui ainda capuz embutido na gola, com sistema de ventilação que evita a condensação e feito em tecido respirável.

Ainda sobre vestuário, para suportar ventos inesperados sugerimos o Corta-vento Minuano, que é muito leve e compacto e indispensável para se ter sempre no fundo da mochila. Outra boa opção de vestuário é a camisa Trilhas Pro, que pode ser usada isoladamente ou em conjunto com casacos. É feita em tecido revolucionário, que diminui os pontos em contato com a pele através de micro-almofadas.

mais informações na internet:

– http://www.infobrasilia.com.br/altoparaiso.htm
– http://www.portaldachapada.com.br/
– http://www.chapadadosveadeiros.com/
– http://altoparaisodegoias.blogspot.com/
– http://www.zone.com.br/destinoaventura/chapadadosveadeiros
– http://www.guiadachapada.com.br/
– http://www.chapada.com/

Por márcia soares, fevereiro de 2009.