Assim é conhecido o Vulcão Domuyo, que com seus 4.709 metros de altitude é o ponto mais alto da Patagônia, localizado no lado argentino, ao norte da província de Neuquén. Quem quiser subi-lo não pode ser um novato na montanha, deve ter muita disposição, preparo físico e levar equipamentos adequados para frio e vento. Aliás, uma das principais dificuldades encontradas na subida são os fortes ventos, e não é à toa que o vulcão está situado na “Cordilheira do Vento”. Mas a paisagem em seu cume e o visual da Patagônia recompensa todo o esforço, afirma quem já esteve lá.
A região onde está instalado o Domuyo fica a oeste do país, em local de difícil acesso. Um dos caminhos para se chegar lá é por Buenos Aires, a capital Argentina. De lá se deve seguir para Neuquén (a 1.161 km, umas 17 horas de ônibus ou 2 horas de avião) e desta pequena cidade para o vilarejo Chos Malal (mais 400 km, umas 7 horas de ônibus), que é a localidade mais próxima do início da trilha. Bem, perto em termos, porque ainda será preciso mais umas quatro horas de carro ou van para chegar no que se chama regionalmente de “acampamento base”, local onde se inicia a subida ao Domuyo, a 150 km de Chos Malal. Também é possível ir de Bariloche para Chos Malal por estradas (cerca de 470 km).
São necessários pelo menos quatro dias para subir e descer a montanha. A época mais favorável é entre os meses de dezembro e fevereiro, no verão, quando se tem pouca neve. Mas também é possível realizar a subida no inverno, para os que gostam, sendo que o roteiro muda completamente pois será necessário seguir por caminhada desde Chos Malal. O que significa uns três dias a mais caminhando com raquete em neve, só neste primeiro trecho.
O Domuyo foi escalado pela primeira vez em novembro de 1903 e a expedição tinha pelo menos quatro pessoas: o sacerdote Salesiano Lino del Valle, seu irmão Gumersindo del Valle, Santiago Forgerini e José Roza. Não há muitos registros sobre a subida.
Apesar de não apresentar grandes dificuldades técnicas, possui grau de dificuldade elevado caracterizado por um somatório de fatores como ventos fortes, muito frio, solo de rochas quebradiças (morainas), altitude e subidas íngremes. Por isso é recomendável subir acompanhado de um guia. Há cerca de quatro anos morreram no local, por congelamento, dois alpinistas que ficaram perdidos e não conseguiram descer. Não conheciam a região e estavam sem guia. Há muitas opções empresas de turismo que organizam o roteiro, entretanto, o guia local mais conhecido chama-se Beto (Horacio Alberto Fuentes), que conhece a região como ninguém e pode ser contactado pelo email [email protected].
O roteiro mais comum, no verão, se divide da seguinte forma:
Primeiro dia – Subida até o acampamento 1, a 3.000 metros de altitude. Leva de 4 a 6 horas de caminhada e pode contar com o auxílio de mulas para carregar os equipamentos. Há vários pontos de água de degelo.
Segundo dia – De 4 a 6 horas de caminhada até o acampamento 2, a 3.800 metros de altitude. Subida intensa em solo de morainas (rochas de basalto e arenito fraturadas), o que dificulta muito a caminhada porque a cada metro que se sobe, se desce metade. É essencial o uso do bastão de caminhada.
Terceiro dia – É o dia do ataque ao cume. Importante sair cedo, no máximo às 7 da manhã, por ser um dia intenso e longo. Levam-se umas 6/7 horas até o cume, subindo o tempo inteiro, com ventos muito fortes e um trecho de aproximadamente 300 metros de escalada em gelo com crampon. É fundamental estar com duas boas luvas (uma interna e outra externa) para se proteger dos ventos, bem como protetor solar e labial. No cume, se chega por um dos lados da cratera e caminha-se mais uns 15 minutos até o ponto mais alto, contornando a boca do vulcão. A descida é bem mais rápida. Do cume segue-se ao acampamento 2 em cerca de 3 horas de descida. Ali se faz uma parada para descanso e para desmontar o acampamento, depois continua a descida em mais duas a três horas de caminhada até o acampamento 1, onde irá se pernoitar.
Quarto dia – Descida até o acampamento base, em mais ou menos 4 horas de caminhada.
O Domuyo é um vulcão extinto que se transformou numa linda montanha, com um grande cume nevado que circula sua cratera. Não há registros de atividades vulcânicas lá, entretanto, há incidência de águas termais em vários locais próximos ao vulcão. Aliás, uma boa alternativa para relaxar após a subida é visitar as “Águas Calientes” e tomar um delicioso banho em quedas d’água com temperatura que pode chegar a 50º.
O desafio de subir o “teto da Patagônia” talvez seja o principal motivo que tem levado muitas pessoas a esta atraente montanha. Além disso, tem um outro atrativo especial é o fato de ser, ainda, pouco procurada na Patagônia, ao contrário de outras montanhas que em determinadas temporadas ficam muito cheias.
Domuyo com Trilhas & Rumos
A subida ao Domuyo exige a utilização de equipamentos técnicos, especialmente para enfrentar os fortes ventos e o frio. Como vestuário, recomendamos o uso da Parkha Klima que é um verdadeiro casaco dois em um, unindo o anorak em tecido Dry Tech, impermeável, e um casaco de fibra polar em uma só peça. Para acompanhar, a Calça Climatic é uma boa opção, pois é feita no mesmo tecido da Parkha e tem reforços em tecidos rip-stop em pontos chaves como joelhos e tornozelos.
Para levar todos os materiais é ideal o uso de uma mochila cargueira. Para os que conseguem minimizar os equipamentos e carregar poucas coisas recomendamos a mochila Crampon 68, muito versátil pois possui um bolso frontal que pode ser destacado e vira uma pequena mochila de ataque. Uma boa opção é a mochila de 75 litros Montanha. Ela possui três bolsos externos, fundo em lona de náilon reforçado, armação em alumínio e regulagem das alças em cinco pontos. O acesso pode ser pela tampa ou pelo fundo. Toda feita em náilon grosso, sendo ideal para uso super pesado e intenso.
Para o merecido descanso a cada dia, recomendamos o uso de um bom saco de dormir. O que agüenta temperaturas mais baixas, em nossos modelos, é o Super Pluma Gelo, que tem resistência para até – 15º C. Possui dupla camada com recheio em Microtech (micro filamentos de fibras siliconadas), que aumentam a retenção de ar e, conseqüentemente, aquecem mais. Pesa 1,7 kg e é feito em náilon ripstop.
Por Márcia Soares, janeiro de 2008
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