O Trekking ou Caminhada é uma atividade física, aeróbica, que consiste no ato de caminhar em trilhas naturais, buscando maior contato com a natureza. É, na verdade, a mais antiga e conhecida forma de deslocamento desde que o homem ascendeu à qualidade de bípede e iniciou o ato de caminhar. Pode ser praticado tanto como uma forma de lazer, quanto em competições. Nesse caso, trata-se do trekking de regularidade e das corridas de aventura, modalidades que surgiram no início da década de 90, quando amantes da natureza resolveram adaptar as regras dos enduros de moto e jipe à caminhada ecológica.
A palavra trekking tem sua origem na língua africâner, onde o verbo trekken significa migrar e carregava uma conotação de sofrimento e resistência física, numa época em que o único meio e locomoção era a caminhada. Quando os britânicos invadiram a região, a palavra foi absorvida pela língua inglesa e passou a designar as longas caminhadas realizadas pelos exploradores em direção ao interior do continente.
O trekking é uma das atividades ao ar livre mais seguras, e que pode ser praticada por qualquer pessoa saudável, em qualquer idade. Para aqueles que não praticam atividade física regularmente, o melhor caminho é se exercitar em caminhadas mais curtas, em praias ou parques. Porém, antes de praticar qualquer atividade física é necessário que se faça uma avaliação médica para garantir a segurança.Os praticantes do trekking aliam o prazer em contemplar a natureza com os benefícios da atividade física, tentando fugir do stress do dia-a-dia.
Não existe uma idade mínima para a prática do trekking. O ideal é que o iniciante esteja acompanhado sempre de guias experientes, que já tenham feito a trilha anteriormente. Uma das maneiras de se iniciar no esporte é fazer a primeira trilha com uma agência especializada ou com algum grupo organizado, como os clubes excursionistas. Neste primeiro contato, será possível avaliar de forma correta e segura o ritmo da pessoa, suas necessidades e dificuldades em uma trilha. Mesmo contando com o auxílio dos guias, é interessante prestar atenção no caminho e nas soluções dadas aos problemas que surgirem para aprender a caminhar em ambientes naturais.
Em geral, a atividade é muito acessível do ponto de vista financeiro, pois são poucos os equipamentos necessários a sua prática. O Brasil é um local privilegiado para a prática do esporte, já que conta com trilhas espalhadas por todo o país, em locais de beleza diversa (chapadas, montanhas, praias, planaltos etc.) e inigualável.
Tipos de trekking
Existem diferentes tipos de trekking que são definidos pelo fator motivador da atividade (lazer ou competição) e por outras características como duração, distância, velocidade e regularidade. Conheça a seguir:
Trekking de um dia – Com curta duração, é uma atividade de lazer muito utilizada no Brasil, principalmente próximo aos grandes centros urbanos. A caminhada tem aproximadamente 10 km com início e fim bem definidos. Pode-se ir de um local a outro, semelhante às travessias, ou ir até algum cume e retornar ao ponto de partida. Existem trilhas com estas características espalhadas por todo o país.
Travessias ou trekking de longa distância – Trata-se de uma atividade de lazer, uma caminhada realizada entre dois pontos, cujo objetivo final é atingir o local proposto. É praticado por grupos com equipamentos para pernoites (como barraca e saco de dormir) e alimentação própria. Os trekkings mais longos podem durar vários dias, como a Trilha Inca (4 dias aproximadamente), ou caminhadas no Nepal (10 dias). Algumas são consideradas expedições, quando contam com carregadores, cozinheiros, guias especializados, etc.
Trekking de regularidade – Tem caráter competitivo. Um percurso não conhecido dos participantes é pré-determinado pela organização, para a realização de uma trilha, com tempo e local definidos. O importante não é a velocidade e sim manter-se no percurso correto e no tempo determinado. Utiliza-se planilhas com velocidades médias, distâncias e símbolo-referência. Pode-se utilizar qualquer equipamento de medição e de cálculo. O Trilha a Pé é um bom exemplo. As competições são realizadas por equipes, que costumam ser de três a seis integrantes. Cada um fica responsável por uma tarefa, sendo muito comum dividir em um navegador, um calculista e um contador de passos.
Trekking de velocidade – Também tem caráter competitivo e são chamadas de corridas de aventura. O objetivo dos competidores é alcançar postos de controle definidos pela organização da prova, no menor tempo possível, utilizando o caminho que melhor se adaptar ou achar melhor, e usando recursos como cartas de navegação e bússola. Deve-se observar a ordem dos postos de controle, que deverá ser seguida cronologicamente.
Equipamentos usados
Os equipamentos necessários para o trekking são mais baratos que o de outros esportes de aventura, mas mesmo assim precisam ser escolhidos com muito cuidado e critério, avaliando não apenas preço, mas também a qualidade. Equipamentos adequados podem garantir maior conforto à atividade.
Calçado – Por se tratar de uma caminhada, os calçados são de fundamental importância. As botas oferecem segurança ao tornozelo nos diversos terrenos e, por isso, são as mais recomendadas. Hoje existe também vários modelos de tênis específicos para a caminhada outdoor, sendo uma boa opção para o trekking. Durante a caminhada, o ideal é que se utilizem duas meias, uma fina com outra mais grossa por cima (pode ser de lã, se a caminhada for em local mais frio). Dessa maneira estará diminuindo o atrito dos pés com o calçado. As meias de algodão, por encharcarem facilmente, são desaconselhadas para o esporte.
Mochila – Usada para guardar todos os objetos necessários, como lanche, kit primeiros socorros, cantil, lanterna e demais acessórios. O tamanho deve ser escolhido conforme a duração do trekking e a quantidade de coisas que precisará levar. O ideal é que todo o equipamento caiba dentro da mochila, e não precise ser pendurado do lado de fora, o que acaba atrapalhando a caminhada por ficar agarrando nos galhos. Em trekkings curtos, as pochetes (ou estojos de cintura) podem ser uma boa opção. Confira asopções de mochilas da Trilhas & Rumos.
Vestuário – Mundialmente, as calças-bermudas são as mais utilizadas para a prática do trekking. São calças bem versáteis porque permitem a retirada da parte de baixo, transformando a calça em uma bermuda, o que diminui a quantidade de roupa a ser carregada. No Brasil, devido ao clima quente, é comum o uso de roupas feitas com tecidos de secagem rápida no trekking, como a Calça Cargo e as camisas Sec Tech,TrilhasPro e Confortech, da Trilhas & Rumos. Recomenda-se também o uso de roupas claras (que absorvem menos calor) e vale levar na mochila um corta-vento ou capa de chuva, além de um casaco, caso o tempo mude.
Cantil – Hidratação é fundamental nas caminhadas, sejam elas competitivas ou apenas de lazer. Todo praticante vai ter sede e precisa se hidratar durante a atividade. É por isso que um cantil, de no mínimo um litro, deve estar sempre na mochila. A Trihas & Rumos tem ótimas opções para hidratação, incluindo cantis que se conectam diretamente às mochilas.
Acessórios – Os bonés ou chapéus também são de grande utilidade, pois protegem do sol e da chuva. Um protetor solar e um anorak também são itens recomendados para quem vai praticar o trekking.
Em provas – O trekking de regularidade e as corridas de aventura exigem equipamentos específicos. A bússola, por exemplo, é indispensável e para garantir o sucesso na prova é recomendável que se leve mais de uma. É necessário, entretanto, saber utilizá-la da maneira correta, já que um erro de direção pode acabar com as chances da equipe. Para calcular as distâncias entre os percursos são necessárias calculadoras. Também é importante que a equipe possua mais de uma, para o caso de quebra. Pilhas reservas são essenciais. Os relógios individuais são os maiores aliados para que o tempo estipulado em cada parte do percurso seja cumprido. Os modelos digitais facilitam a visualização e oferecem maiores possibilidades. Para a conservação e proteção dos objetos e planilhas é recomendado o uso de sacos plásticos.
Por Márcia Soares, outubro de 2009.
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