Dicas de Uso

Mudanças Climáticas

Desde que foi lançado o filme “Uma verdade inconveniente”, do ex-Vice Presidente dos Estados Unidos, Al Gore, o assunto mudanças climáticas não saiu mais das páginas dos jornais, e tornou-se uma preocupação mundial. O último grande fato relacionado ao tema foi a 15ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP-15), realizada em dezembro, na cidade de Copenhague, na Dinamarca. Apesar das grandes expectativas sobre a decisão de um novo acordo global para tentar diminuir os efeitos das mudanças climáticas no planeta, a reunião não teve muitos avanços.

Mas porque devemos estar preocupados com esta história de mudanças climáticas, ou aquecimento global? O que isso tem a ver com o nosso dia-a-dia?

Tudo começou com o alto nível de emissão de gases poluentes na atmosfera, como o dióxido de carbono, que sai das fábricas, dos nossos automóveis e das queimadas, entre outras fontes. Nos últimos 150 anos houve um aumento progressivo, nunca antes visto, na concentração de gases como este na atmosfera.

Efeito estufa

Gases como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e também o vapor d´água (H2O) são chamados “gases do efeito estufa”  por terem a capacidade de reter o calor na atmosfera, como se fosse uma estufa de vidro para o cultivo de plantas. Esse “efeito estufa” é um fenômeno natural que acontece há milhões de ano, fundamental para garantir o clima e os ecossistemas, ou seja, a vida na Terra. Entretanto, se essa “estufa” for densa demais, se ela estiver em um nível além do normal, ela vai reter o calor demais, gerando um “aquecimento global”. E é isso que vem ocorrendo.

Esse aumento no efeito estufa poderá ter conseqüências sérias para a vida na Terra, num futuro próximo, e isto está sendo comprovado por cientistas de todo o mundo. Os anos de 1995 a 2006 ficaram entre os 12 anos mais quentes já registrados desde 1850. No século XXI (2001-2005), a temperatura aumentou em média 0.7ºC em relação a 1850-1899. Este aumento de 0.7 graus centígrados que já ocorreu pode parecer pouco, mas é suficiente para causar efeitos como o derretimento de geleiras, aumento no nível do mar, alterações em alguns ciclos de plantas e animais, entre muitos outros.

O que posso fazer?

Diante de um quadro tão catastrófico apresentado pelos cientistas, parece que o cidadão comum não tem nada o que fazer. Muitas pequenas ações e mudanças no hábito de consumo podem colaborar para uma mudança garantir o futuro das próximas gerações.

Você pode contribuir ao:

  • Preferir aparelhos mais econômicos em termos de energia.
  • Usar lâmpadas fluorescentes.
  • Diminuir o uso de ar condicionado.
  • Tomar banhos mais curtos.
  • Apoiar ações e políticas ecológicas.
  • Usar menos carro e optar por transportes coletivos ou bicicleta sempre que puder.
  • Preferir carros mais econômicos.
  • Realizar transporte solidário.
  • Evitar sacolas de plástico.
  • Comer menos carne (a pecuária emite CO2).
  • Rejeitar excesso de embalagens.
  • Preferir reutilizáveis, aos descartáveis.
  • Plantar árvores.
  • Preferir alimentos de cultivo local, que usam menos transporte.
  • Evitar desperdício, ser menos consumista.
Graves conseqüências, inclusive para as montanhas

Se as emissões de CO2 continuarem crescendo nesta mesma proporção, diz os cientistas, até 2.100 poderemos chegar num nível de concentração de gases na atmosfera entre 90 e 250% a mais que em 1750. Isso significa que a temperatura nas regiões tropicais pode aumentar de 2 a 6ºC até o final deste século, em relação ao período pré-industrial.

Isso causaria não apenas um calor danado em regiões que hoje já são bem quentes, mas também alagamentos em cidades e ilhas situadas no nível do mar, mudanças drásticas nos ciclos de chuva (do qual a comida que a gente come, que vem das lavouras, dependem diretamente), aumento na freqüência da ocorrência de eventos climáticos extremos (como furacões, tufões…), perda de cobertura de gelo, aumento no nível do mar, desertificação, impactos na saúde e bem-estar da população humana,  entre outros efeitos. Vale lembrar que hoje o planeta tem uma sociedade humana de quase 7 bilhões de pessoas que dependem deste clima.

Além disso, as montanhas e os locais belíssimos que os amantes da natureza costumam frequentar também estão ameaçadas pelas mudanças climáticas, pela super-exploração e pela degradação ambiental. Todo mundo que escala, ou já esteve em montanhas, conhece alguma história de fenômenos climáticos atípicos. Isso tende a piorar muito. Locais antes acessíveis, podem se tornar impossíveis de ser visitados (pense nos glaciares da Patagônia, que já estão derretendo).

Um acordo global

Para o planeta, tanto faz se o gás poluente é emitido aqui ou no Japão, contribui do mesmo jeito para o aquecimento global. Por ser um problema de todos, as nações estão tentando chegar a um acordo mundial que defina metas de redução nas emissões de cada país, para que a gente não chegue aos 2º C a mais.

Quem intermedia esta negociação é a Organização das Nações Unidas (ONU), que tem um tratado desde 1992 (feito aqui na Rio-92) só para cuidar deste tema: a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), chamada de Convenção do Clima. Na verdade, dentro desta Convenção, há um acordo chamado Protocolo de Quioto, que estabelece metas de redução para os países desenvolvidos. Mas este acordo já está expirando (suas metas eram até 2012) e o panorama mundial também mudou muito de lá para cá. Foi isso que eles foram discutir lá em Copenhague.

Pode parecer simples, mas diminuir estas emissões não é nada fácil. Considerando que vivemos em um mundo que depende de energia elétrica, de outros combustíveis, e que a maior parte das coisas consumidas pelas sociedades mais ricas são industrializadas, concluímos que temos um estilo de vida que o planeta não está dando conta de suportar. Os países mais desenvolvidos e industrializados são aqueles que mais emitem CO2: juntos são responsáveis por cerca de 71% da emissão global de CO2. Só Estados Unidos, China e Indonésia juntos são responsáveis por mais de 50% das emissões globais.

A contribuição do Brasil

Neste panorama, o Brasil está entre os cinco países mais poluidores do mundo.  Atualmente, as emissões brasileiras representam cerca de 5% das emissões globais. E nossa contribuição para este quadro advém principalmente das atividades de uso do solo, como desmatamento e queimadas, que representam ¾ da nossa emissão. No mundo, as queimadas de florestas tropicais representam cerca de 20% das emissões de gases, isso porque quando uma árvore é cortada ela deixa de fazer o processo de fotossíntese, que retira o gás carbônico da atmosfera.

Por isso é tão importante conter o desmatamento na Amazônia. Isso só pensando no problema do clima. Aproximadamente 17% da Floresta Amazônica, ou 60 milhões de hectares (uma área equivalente à França), foram convertidos para outras atividades de uso do solo nos últimos 30 anos.

O Governo Brasileiro e as organizações que trabalham com este tema têm tentado realizar ações para mudar isso. O Governo, por exemplo, criou o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, para estabelecer as nossas metas de redução e também criou um fundo para receber dinheiro para financiar ações para esta causa, é o Fundo Amazônia.

Para saber mais, acesse a publicação “Perguntas e respostas sobre o aquecimento global”, publicação editada pela ONG Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Por Márcia Soares, fevereiro de 2010.


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