Dicas de Uso

Cuidados com animais peçonhentos

Quem gosta de fazer caminhadas na natureza, especialmente em ambientes naturais de acesso mais difícil, deve estar preparado para eventualmente encontrar um animal peçonhento. Cobras, aranhas e escorpiões são moradores comuns destes locais, e muitas vezes venenosos. Algumas atitudes simples podem ser cruciais para evitar problemas maiores.

Para começar, animais peçonhentos são aqueles que produzem substâncias tóxicas (conhecidas vulgarmente como veneno) e que tem a capacidade de inoculá-las nas pessoas através de seus dentes, ferrões ou aguilhões. Entre os animais mais conhecidos no brasil, destacam-se as cobras jararaca, cascavel, surucucu e coral verdadeira. Além delas, as aranhas marrom, armadeira e viúva negra, e mais os escorpiões preto e o amarelo.

Melhor prevenir, que remediar, já dizia o ditado. Portanto, uma das principais atitudes é não andar descalço em locais suspeitos. Só isso já evita cerca de 80% dos acidentes. Olhar sempre com atenção onde está andando também é uma atitude perspicaz. Além disso, nunca colocar a mão em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores ou cupinzeiros entre as pedras.

Ao entrar em locais mais escuros, ou mesmo ao anoitecer, espere alguns segundos para a vista se adaptar ao lugar com menor claridade. Se por qualquer razão tiver que abaixar-se, além de olhar bem o local, vale a pena bater a vegetação ou as folhas: a coloração da jararaca e da cascavel se confunde muito com a das ramagens e folhas secas e há casos de acidente onde a pessoa não enxerga a serpente.

Para os que gostam de acampar, a recomendação é não montar acampamento junto a plantações, pastos ou matos denominados “sujos”, regiões onde há normalmente roedores e maior número de serpentes. No amanhecer e no entardecer, em sítios, fazendas, chácaras ou acampamentos, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins. É nesse momento que as serpentes estão em maior atividade.

Mas não se assuste com qualquer cobra que encontrar. Existem na natureza muito mais serpentes do grupo não peçonhento do que as consideradas peçonhentas de importância médica, que eventualmente podem picar e causar acidentes. No brasil, são quatro os tipos de serpentes peçonhentas: bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, cotiara, caiçaca), crotalus (cascavel), lachesis (sucurucu-pico-de-jaca) e micrurus(corais-verdadeiras).

As jararacas respondem por quase 90% dos acidentes ofídicos registrados, sendo encontradas em todo o país. Apesar de comuns, as corais verdadeiras são causa rara de acidentes pois os hábitos dessas serpentes não propiciam a ocorrência de acidentes. As surucucus são serpentes que habitam matas fechadas sendo, portanto, encontradas principalmente na amazônia e, mais raramente, na mata atlântica. Já as cascavéis preferem ambientes secos e abertos, não sendo comuns nas áreas onde as surucucus predominam.

A época de calor e chuvas é a mais propícia para a ocorrência dos acidentes pois é quando os animais peçonhentos estão em maior atividade. Nas regiões sudeste, sul e centro-oeste os meses de dezembro a março concentram a grande maioria dos casos de acidentes, enquanto que no inverno o número de acidentes diminui bastante. Já no nordeste o pico coincide com meses de abril a junho. Na região norte, apesar dos casos serem mais freqüentes também nos três primeiros meses do ano, não há uma variação tão marcada como nas demais partes do país.

Sobre os sintomas, no caso de um acidente por jararaca ou surucucu, a região da picada apresenta dor e inchaço, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orificios da picada, além de sangramentos em gengivas, pele e urina. Na picada por cascavel, o local da picada não apresenta lesão evidente, apenas uma sensação de formigamento; dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla são os manifestações características, acompanhadas por dores musculares generalizadas e urina escura. O acidente por coral verdadeira não provoca no local da picada alteração importante, as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento.

Já a picada por escorpião leva a dor no local da picada, de início imediato e intensidade variável, com boa evolução na maioria dos casos. A aranha-armadeira causa dor imediata e intensa, com poucos sinais visíveis no local da picada. No caso da aranha-marrom, a picada é pouco dolorosa e uma lesão endurecida e escura costuma surgir várias horas após, podendo evoluir para ferida com necrose de difícil cicatrização. A viúva-negra leva a dor na região da picada, contrações nos músculos, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimentos cardíacos.

Após uma picada, lavar o local de preferência com água e sabão e manter a vítima deitada, evitando que ela se movimente para não favorecer a absorção do veneno. Se o local atingido for perna ou braço, mantê-los em posição mais elevada. Muito importante: não fazer torniquete, como se fazia antigamente, pois impede a circulação do sangue e pode causar gangrena ou necrose. O ideal é levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento em tempo.

As simpatias e crendices nos primeiros socorros a picadas de animas peçonhentos são muito comuns. Não se deixe levar por elas. Recomenda-se não furar, não cortar, não queimar, não espremer, não fazer sucção no local da ferida e nem aplicar folhas, pó de café ou terra sobre ela para não provocar infecção. Além disso, não dar à vítima pinga, querosene, ou fumo, como é costume em algumas regiões do país. Lembre-se: nenhum remédio caseiro substitui o soro antipeçonhento. Para cada tipo de acidente existe um soro específico que deve ser aplicado em quantidade proporcional à gravidade. Por isso, somente os postos de saúde estão recomendados a fazê-lo. Antes de viajar, informe-se sobre os postos mais próximos.

Fonte: http://www.butantan.gov.br/

Para mais informações sobre animais peçonhentos na internet:

http://www.saude.rj.gov.br/animaispeconhentos/animaispeconhentos.html

http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/peconha.htm

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./especie/fauna/index.html&conteudo=./natural/artigos/peconhentos.html

http://www.faunabrasil.com.br/sistema/modules/news/article.php?storyid=209

por márcia soares, maio de 2008


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