O corpo humano é composto de mais de 70% de água e, quando perde líquido, perde não apenas água mas sais minerais também. Assim, quando ele sente sede, significa que precisa não apenas d’água mas de sais minerais também (por isso o sucesso das bebidas isotônicas). E, se a água for poluída, ela não apenas matará a sede como poderá contribuir com algumas doenças desagradáveis. Então, melhor conhecer bem o “inimigo” e aprender a tratá-la de forma adequada. Assim, mesmo a água de uma travessia como a clássica Petrópolis-Teresópolis, que já está com praticamente todos os seus pontos d’água poluídos por visitantes descuidados, pode ser consumida.
Dizem que, se você começa a sentir sede, é um sinal que seu corpo já está desidratado. Beba antes de senti-la. Para isso, defina um tempo (curto) e siga-o à risca. Por exemplo, tome um gole de uma garrafa pequena, sempre ao alcance da mão, de quinze em quinze minutos. O alarme do relógio pode te ajudar a lembrar com precisão esta importante tarefa. Uma boa idéia pode ser deixar a sua garrafa na mochila do companheiro, para facilitar no acesso à mesma (mas isso só vale se vocês caminham no mesmo passo), o que te dará um trabalho a menos na hora de esticar a mão para pegar a garrafa e beber (quando o tempo é curto, tirar a mochila consome preciosos segundos que podem ser usados em coisas mais importantes).
Um rio cristalino correndo no meio de um vale pode esconder impurezas que nós não vemos, como um animal se banhando ou usando o rio como banheiro um pouco acima de onde você está. Desta forma, aquela água “limpinha” e fresca que você acaba de pegar pode estar contaminada, mesmo que não pareça. Por isso, é fundamental saber tratá-la corretamente. Seguem algumas dicas de como se purificar a água deixando-a perfeita para o consumo:
Opções de tratamento da água:
A maioria das contaminações patogênicas causadas por microorganismos presentes na água é causada por:
1. Protozoários – inclui Cryptosporidium e Giardia (que causa giardíase). Todos os protozoários são maiores que 1 micron.
2. Bactérias – causam doenças como diarréia e disenteria. A maioria das bactérias são do tamanho de 0.5 micron, sendo que algumas como a Campylobactor chegam a 0.3 micron ou menores ainda.
3. Vírus – causam doenças como hepatite e polio, entre outras. Estão concentrados nos países em desenvolvimento.
As defesas:
1. Ferver – destrói todos os patogênicos. O tempo recomendado vai de 3 a 10 minutos.
2. Tratamentos Químicos:
a. Iodo – mata bactérias e vírus. Alguns protozoários como a Cryptosporidium são resistentes ao iodo. Por isso, não deve ser o único meio de tratamento, sendo bastante eficiente quando usado junto com o uso de filtros. Águas mais frias e/ou escuras pedem uma concentração maior de iodo ou mais tempo para fazer efeito. Grávidas e pessoas com problemas de tireóide não devem usar este método. Para a maioria das pessoas, o risco é pequeno se usado apenas durante duas ou três semanas continuamente.
b. Filtros – remove os patogênicos maiores. Alguns removem protozoários e bactérias maiores (cerca de 0.5 microns ou menores). Como os vírus são muitas vezes menores que as bactérias, você não deve depender apenas deles.
c. Purificadores – consiste em um ou mais estágios de filtragem da água, pegando os patogênicos maiores, juntamente com o iodo ou outro elemento que inativa os vírus. Este método se tornando muito popular como uma das melhores formas de se tratar a água ao ar livre. Entretanto, algumas reclamações foram feitas dizendo que o iodo não teve o desempenho propagado nas especificações.
Escolhendo um método de tratamento:
O dióxido de cloro é o tratamento que menos trabalho dá ao usuário e protege contra protozoários, bactérias e vírus. É facilmente adaptável a qualquer quantidade de água. Mais leve e compacto que uma garrafa d’água cheia, um kit de dióxido de cloro funciona bem até para ser usado apenas durante o dia (caminhadas curtas feitas com mochila de ataque). O custo inicial é baixo mas pode ser caro se for tratar quantidades muito grandes de água.
Outra opção para tratar os três tipos de patogênicos é, primeiro, tratar a água com iodo e, depois, filtrá-la. Se você se preocupa com a exposição ao iodo, você pode usar um filtro com carvão, que chega a remover entre 90 e 98% do iodo, reduzindo a exposição, o gosto e o cheiro ao mesmo, mas tenha certeza de não ter filtrado a água antes do iodo ter tempo suficiente para agir. Até os filtros mais baratos protegem contra protozoários e bactérias. Eles são uma ótima opção para aqueles que não precisam de proteção contra vírus, usam-no apenas ocasionalmente, viajam em grupos pequenos ou fazem viagens pequenas e não querem colocar químicos em sua água.
Filtros mais caros também não usam químicos – geralmente, eles filtram muito mais litros d’água que os filtros baratos, antes de ser obrigado a trocá-lo. Isto acaba economizando dinheiro e peso no fim das contas e fazem deles a melhor opção para usuários freqüentes, viagens longas e/ou grupos grandes.
Comparação dos tratamentos de água:
Método/Patogenia | Protozoário | Bactéria | Vírus |
Ferver (3/10 min) | Sim | Sim | Sim |
Iodo | A maioria exceto Cryptosporidium | Sim | Sim |
Dióxido de Cloro | Sim | Sim | Sim |
Filtro (1 micron) | Sim | Não | Não |
Filtro (0.2 micron) | Sim | Sim | Não |
Filtro (0.5 micron) | Sim | A maioria exceto Campylobactor | Não |
Filtro (1 micron ou menor usado com iodo) | Sim | Sim | Sim |
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