Também conhecidos como centros excursionistas, os clubes de montanhismo são organizações sem fins lucrativos, em sua maioria com o título de utilidade pública, que reúnem pessoas que gostam de praticar atividades ao ar livre. Mais do que ter boas opções de caminhada, escalada, camping, canoagem ou exploração de cavernas, o que leva as pessoas para esses locais é o espírito de grupo, é poder se sentir participante de uma comunidade de pessoas com interesses comuns.

Os clubes funcionam, geralmente, em regime de associação, onde os membros pagam uma contribuição mensal que lhe garante a participação nas atividades planejadas e o uso dos materiais de montanhismo disponíveis. Sob coordenação dos guias (em geral pessoas mais experientes e com formação especializada fornecida pelos próprios clubes), as atividades são oferecidas aos membros, que devem fazer sua inscrição na “prancheta”, respeitando o limite de pessoas estabelecido. Além de companhia para suas atividades, os membros dessas organizações também recebem orientações dos guias sobre a prática das atividades, para realizá-las com segurança e sem agredir o meio ambiente.

Os clubes costumam oferecer cursos de montanhismo e escalada, entre outros. Vale a pena conferir se o curso é homologado pela respectiva federação, o que lhe confere uma certificação e, conseqüentemente, maior qualidade. O primeiro clube fundado no Brasil surgiu em 1919, no Rio de Janeiro: é o atual Centro Excursionista Brasileiro (CEB). Foi a partir da década de 30, com o aumento no número de praticantes de montanhismo, que outros clubes começaram a surgir em todo o país. Nesta época não havia agências de ecoturismo ou escolas de escalada e montanhismo, por isso os clubes eram uma das poucas alternativas de associação para os amantes das montanhas.

Pela sua exuberância natural e facilidade de acesso às montanhas, o Rio de Janeiro sempre concentrou um grande número de clubes. Hoje são 12 em todo o estado, sendo seis deles localizados na cidade do Rio. Mas outros estados também possuem importantes agremiações voltadas ao montanhismo, como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Ceará e Paraíba, que muito contribuíram para a organização e consolidação da atividade no país.

Essa organização coletiva do montanhismo começou na década de 40, quando os clubes existentes à época fundaram a União Brasileira de Excursionismo (UBE). A UBE garantia uma ligação oficial entre os montanhistas e o estado brasileiro, porém não durou muito tempo. Em 1968 os clubes fundaram a primeira federação de montanhismo do Brasil, a FMERJ (Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro), extinta no início dos anos 80. Só na década de 90 os clubes do Rio de Janeiro voltariam a se juntar para planejar ações conjuntas, como por exemplo o tradicional evento de Abertura de Temporada de Montanhismo (ver abaixo), recuperação de trilhas, regrampeamento de vias e troca de cabos de aço.

Esta união acabou derivando na criação da atual FEMERJ (Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro). A FEMERJ deu tanto resultado que outros estados se mobilizaram para criar suas federações e em 2004 foi fundada a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada – CBME, que reúne todas as federações. Essa união é fundamental para fortalecer a atividade no país e para criar parâmetros básicos de ética, códigos de conduta e currículos mínimos para os cursos ministrados por essas instituições.

Se você é um amante da natureza e busca um grupo para compartilhar suas aventuras, faça parte de um clube de montanhismo. Veja em nossa seção de Links os sites dos Clubes de Montanhismo espalhados pelo Brasil e pelo mundo.