Quem nunca acampou, não sabe as maravilhas que é dormir em uma casinha de náilon, muito menos frágil do que parece, única proteção contra as intempéries da natureza em uma noite ao ar livre. Mais, não imagina a praticidade em se conseguir carregar a casa nas costas, tal e qual os caramujos e tartarugas, e poder armá-la onde quiser: uma crista, um cume, com uma vista que dinheiro nenhum no mundo paga!
Pois as barracas também foram se modernizando e diminuindo de peso, utilizando materiais leves e duradouros. Suportam muito melhor ventos e chuvas coisa fundamental se você pretende utilizá-la em montanha (ao contrário do conforto dos campings urbanizados, quando temos até banheiro e cozinha à disposição, o camping selvagem não oferece nada disso e, pior ou melhor, muito provavelmente estará a algumas horas ou mesmo dias da civilização mais próxima).
Mas, apesar de ter sido feita para uso ao ar livre, o maior inimigo do náilon é o sol procure mantê-la longe dele sempre que possível…
Algumas dicas importantes:
* Como escolher uma barraca? Como todo material, vale a pena você pensar no uso que dará a ela. É para carregar nas costas? Então, o peso vai fazer toda a diferença… Para quantas pessoas? Lembre-se que uma barraca para três pessoas é mais pesada que uma para duas mas, em compensação, se três forem usar, o peso poderá ser dividido também em três. O problema aparece quando apenas uma pessoa vai usá-la… O mesmo acontece com uma barraca para dois ao ser usada apenas por uma pessoa…
* Três ou quatro estações? (Esta é uma convenção que define se a barraca é para verão, primavera e outono três estações ou para inverno também quatro estações). Se você quer usá-la apenas no Brasil, a opção é de três estações. Se quer usar em alta montanha, você precisa uma de quatro estações e, muito provavelmente, com saias no sobreteto, para poder vedá-la decentemente no frio e na neve. Por outro lado, ela será um pouco “sufocante” em um acampamento nas praias brasileiras…
* A ventilação também é um item a se prestar atenção. Nosso corpo transpira o tempo inteiro e um local com boa ventilação é fundamental. Durante a noite, principalmente se a barraca estiver com a lotação máxima, a transpiração e a respiração dos usuários fará com que a barraca condense é isto que faz com que a parte interna do sobreteto amanheça molhada. E quanto mais frio estiver, pior será (no gelo, a possibilidade da condensação congelar é muito grande, o que acaba dificultando na hora de guardar a barraca, se o calor do dia não for suficiente para derreter e secar a condensação da noite). A solução para isso é deixar todos os respiros abertos e bem ventilados durante a noite uma boa barraca terá ventilação eficiente mesmo com chuva!
* Outro item fundamental a se checar são as costuras seladas, tanto no sobreteto quanto no chão da barraca, protegendo-o de chuvas e umidade em geral (lembre-se: o Brasil é um país tropical, onde a incidência de chuvas é fortíssima e este item não é um mero detalhe. Poucas coisas são mais desagradáveis do que uma noite passada em claro dentro de uma barraca que “vaza”, em uma tempestade daquelas…). As costuras são o “tendão de Aquiles” das barracas e costumam ser seladas pelos fabricantes, que protegem, assim, justamente a parte mais frágil do equipamento, onde os micro furos produzidos pela máquina de costura durante a confecção do material serão “fechados” com uma camada de selador à prova d’água. Se ela não veio assim de fábrica, você pode fazê-lo em casa, com um selador, por exemplo, mas nunca é a mesma coisa… O ideal é que você só precise impermeabilizá-la após algum tempo de uso, ou seja, quando ela começar a apresentar sinais de desgaste.
* Antes de sair para uma excursão, tenha certeza que você aprendeu a montá-la coisa que, muito provavelmente, você terá de fazer à noite, talvez com chuva, frio e vento. Convenhamos, não é a melhor hora para abrir o manual de instruções e segui-lo passo a passo, não é? Em geral, barracas leves e compactas costumam ser de fácil montagem, mas certifique-se que você aprendeu para que serve cada peça antes de sair de casa.
* O sobreteto cria uma camada de ar importante para o isolamento, além de proteger da chuva. Assim, uma barraca bem montada não poderá ter o sobreteto encostando no teto. Os estabilizadores laterais deverão estar bem esticados, sempre.
* Para conservar sua nova “casa”, guarde-a sempre seca e limpa, pois a sujeira pode danificar a qualidade do tecido e das costuras. Ao lavar, use sempre água abundante. Se não for suficiente, um detergente ou sabão neutro. Deixe secar, de preferência, à sombra. Jamais a deixe montada ao ar livre por longos períodos. Lembre-se: sol, vento e chuva são prejudiciais aos tecidos.
* Se você utiliza muito a sua barraca, ela poderá apresentar sinais de desgastes principalmente quanto à impermeabilização qualidade fundamental de uma barraca. Utilize produtos impermeabilizantes sobre o tecido e prolongue, assim, a vida do seu equipamento.
* Um avanço lateral ou frontal é importante para guardar o material durante a noite. Barracas para duas pessoas com duas portas pode ser uma ótima opção, deixando as duas pessoas independentes e com avanço para cada um individualmente guardar seus equipamentos. Por outro lado, algumas barracas possuem uma porta apenas com um grande avanço, que poderá ser facilmente compartilhado.
* Jamais, em tempo algum, acenda um fogareiro dentro da barraca. Além do náilon ser ultra inflamável, o fogareiro rouba todo o oxigênio disponível e poderá, facilmente, causar a morte por asfixia dos usuários.
* Tenha sempre um pouco de fita adesiva tipo duct tape ou silver tape. Elas podem salvar a sua vida na hora de fazer um reparo tanto do tecido quanto das varetas, por exemplo. E não esqueça de enviar a barraca ao fabricante, para um reparo decente, assim que voltar de viagem. Mantê-la em ordem, sempre, te livrará de muitas dores de cabeça nas próximas viagens… Texto: Helena Artmann
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