Destinos Internacionais

Caminho de Santiago de Compostela


Desde o século IX, homens e mulheres percorrem o tradicional caminho de Santiago de Compostela, a rota de peregrinação mais famosa da Europa. O destino final é a cidade homônima, onde se acredita estar localizado o túmulo do apóstolo São Tiago. Seja por motivo religioso, por misticismo, por curiosidade histórica ou para realizar uma grande aventura, o fato é que pelo menos 20 mil pessoas por ano percorrem o caminho a pé, de bicicleta ou a cavalo.

Os dois locais de partida mais comuns são Saint-Jean-Pied-de-Port , na França e Roncesvalles, na Espanha. Calcula-se que um peregrino com preparo físico mediano possa vencer esta distância em aproximadamente 30/35 dias. É possível, entretanto, escolher um ponto mais próximo de Santiago para iniciar a caminhada, como Leon (310 quilômetros de Compostela). Mas, quanto mais distante de Santiago for a partida, mais intensa e rica em experiências será a peregrinação.

Partindo de Saint-Jean-de-Port, rota também conhecida como “Caminho Francês”, iniciada atrás dos Pirineus, na fronteira da França com a Espanha, são quase 770 quilômetros até Santiago de Compostela. O percurso não é linear, passa por diversos terrenos, cruza pastagens e lavouras, estradas pavimentadas e trilhas abertas no meio do caminho. É muito difícil se perder, pois há sinalização e pistas por todos os lados.

O trecho inicial, de Saint-Jean até Roncesvalles é o mais difícil de todos. São 27 quilômetros de subidas fortes e uma descida abrupta. Não há um povoado onde você possa se abastecer de comida ou água. Outro trecho árduo ocorre na metade do caminho, entre as cidades de Logroño e Leon. A paisagem é árida, com pouca variação, formada por campos ocupados por vinhas e pastagens de rebanhos e carneiros. A região de Montes de Oca possui relevo bastante acidentado.

Deixando de lado as dificuldades, o caminho é uma verdadeira volta ao passado histórico, pelo interior da Europa, por entre belas construções dos maiores estilos arquitetônicos desde a Idade Média: romântico, gótico, barroco e neoclássico. As obras de Gaudí, o famoso arquiteto espanhol que concebeu um palácio na cidade de Astorga, é um dos destaques. Não é à toa que em 1993 o Caminho de Santiago de Compostela foi declarado Patrimônio da Humanidade por Decreto da Unesco. No Brasil, o roteiro se popularizou muito após o lançamento do livro “O Diário de Um Mago”, de Paulo Coelho, onde o autor expõe sua peregrinação pelos campos espanhóis.

A melhor época para iniciar a jornada é de maio até o início de junho; e de setembro até o início de novembro. Ou seja, sempre fora dos extremos do inverno e do verão. No mês de julho e início de agosto, devido ao verão Espanhol , as temperaturas encontram-se elevadas. Além disso, como é período de férias, os preços sobem consideravelmente. No inverno deve-se verificar se as rotas não estão cobertas de neve, especialmente na parte mais montanhosa. Variando de muito frio a um calor desconfortável, as temperaturas vão de – 4,5º no inverno, a 36º no verão.

Para se hospedar, há albergues ao longo de toda a rota. A distância entre eles varia em, no máximo, 20 km. Há povoados em todo o percurso, e na região da Galícia, os últimos 150 km da rota, os intervalos caem para 1,5 km entre cada vilarejo. Nos albergues é possível encontrar cozinha, panelas, beliches e duchas para banho. Os albergues privados, em geral, são melhores e podem custar cerca de 10 euros.

Segundo a lenda, basta seguir o traçado das estrelas para chegar ao túmulo de São Tiago, em Santiago de Compostela (cuja origem do nome é São Tiago do Campo das Estrelas).
Só quem percorre o caminho a pé, de bicicleta ou a cavalo é digno de receber o diploma de peregrino. Mas, segundo a tradição, todos os que chegam à catedral da cidade, não importa a forma de transporte, recebem o perdão dos seus pecados.

Santiago de Compostela com Trilhas & Rumos

Por ser uma caminhada longa, a Trilhas & Rumos recomenda seus equipamentos mais técnicos e confortáveis, para que você possa aproveitá-la melhor. No entanto, esta caminhada não exige carregar muito peso, pois normalmente os pernoites são feitos em albergue.

Uma boa mochila é garante o conforto da caminhada. Uma boa opção são os modelos CramponTech 72 eCrampon Tech 48. A primeira, para o peregrino que precisa de mais espaço. A segunda é, provavelmente, o tamanho ideal para aqueles que só levarão o mínimo necessário. Ambas são muito confortáveis, oferecem acolchoamento reforçado tanto nas costas quanto na barrigueira, regulagens nas alças e acesso pelo fundo.

Lembramos também que, para o Caminho de Santiago, será necessário um saco de dormir, um Isolante Térmico, Cantil, Anorak e um calçado adequado, já devidamente amaciado, devendo ser usado por pelo menos um mês antes da viagem, para que se adapte ao contorno dos pés, prevenindo diversos problemas durante a caminhada. O saco de dormir ideal é o Micro Pluma, que tem apenas 1kg.

Um corta-vento e uma calça impermeável são parte fundamental do vestuário que deve estar na mochila, para o caso de chuvas inesperadas ou frio. Uma boa sugestão é o Conjunto Sommet, que resiste até 3.000 mm de coluna d’água e possui costuras seladas. O casaco vem com capuz que pode ser embutido na gola e seu bolso lateral permite guardá-lo depois de dobrado.  A calça pode ser usada sobre outra calça.

Também é recomendável levar um kit de primeiros socorros, como o Estojo SOS da Trilhas & Rumos, ideal para guardar bandagens, esparadrapo e curativos. Estes itens compõem o básico que o peregrino do Caminho de Santiago costuma levar.

Algumas dicas:

– Vale a pena tirar a “credencial do peregrino”, documento não-obrigatório que dá direito ao portador pernoitar em albergues especiais, igrejas e monastérios ao longo de toda a rota espanhola. Ele permite, ao chegar em Santiago, a retirada da “compostela”, um diploma escrito em latim que coroa a peregrinação (desde que caminhados pelo menos os últimos 100 quilômetros a pé ou 200 de bicicleta). No Brasil, a credencial pode ser obtida gratuitamente na Associação de Amigos e Confrades do Caminho de Santiago. Informações pelo site www.santiago.org.br.

– Para chegar ao início do caminho, deve-se pegar um vôo até Madrid, e de lá seguir para a cidade de Pamplona, por avião (dura 45 minutos o vôo) ou trem (cerca de cinco horas). Para trem, confira os horários em www.renfe.es. De Pamplona a Saint-Jean pode-se pegar um táxi direto (cerca de 120 euros) ou ir até Roncesvalles de ônibus e pegar um táxi de lá até Saint-Jean.

– Na saída de Saint-Jean para o início do percurso, deve-se tomar cuidado para não pegar a rota errada, pois há dois itinerários possíveis: a Rota de Napoleão (utilizada pela maioria dos peregrinos) e a Rota de Vancarlos (mais perigosa porque segue por uma estrada sem acostamento).

– Em Santiago de Compostela há diversas saídas diárias para Madrid e Barcelona (únicas cidades onde partem vôos diretos ao Brasil a partir da Espanha). Este trecho também pode ser feito por ônibus ou trem (7 horas de viagem aproximadamente).

– A cidade de Santiago de Compostela é bastante movimentada, e tem uma vida agitada por conta dos muitos visitantes e dos jovens de toda a Galícia que são alunos da universidade local. Tudo gira em torna da mítica Praça do Obradoiro, localizada entre duas ruelas do centro histórico e onde se concentram as três principais construções da cidade: A Catedral de Santiago, o Palácio do Ayuntamento e o antigo Hospital de Los Reyes Católicos, hoje um suntuoso hotel de luxo mantido pelo governo espanhol.

– Durante o percurso, não ande rápido demais, nem lento demais. A média da grande maioria dos peregrinos é de cinco a nove horas de caminhada por dia, com pausas para descanso e para contemplação da paisagem e dos monumentos históricos.

– Para os que pretendem ficar em albergues é imprescindível levar um saco de dormir. É ele que demarca seu lugar no albergue. Ao chegar, estenda-o sobre seu lugar, uma vez que cada peregrino carrega um só saco de dormir e não se pode demarcar o lugar com mochila ou outros objetos.

– O calçado mais adequado são as botas ou tênis utilizados para montanhismo, pela sua durabilidade. Em relação a roupas, o ideal é levar materiais leves e que sequem rapidamente. Dê preferência às roupas especiais como anoraques e calças impermeáveis para dias de chuva.

– Os bastões da caminhada são bons companheiros. Prefira os de esqui, porque são práticos e leves. No fim do percurso você pode adquirir um de madeira, que também é um dos símbolos do caminho.

– Há muitos cyber cafés e lanhouses para acesso à internet durante toda a rota. Nestes lugares também existem sistemas telefônicos que funcionam com cartão (apesar de durarem pouco tempo e custarem caro).

 Atualizado por Márcia Soares, outubro de 2010.

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