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Por que as cavernas nos fascinam tanto?


O Espeleo Amigos é um evento que já consta do calendário espeleológico Nordestino anual.

Para quem ainda não sabe, Espeleologia é a ciência (ou conjunto de ciências) que estuda as cavidades naturais, mais comumente conhecidas como cavernas.
E nesse ano de 2015, o evento foi realizado no município de Paripiranga, na Bahia, que dista cerca de 400 Km da capital Salvador… Pra mim, a viagem foi de, “apenas”, 280 Km, já que resido em Feira de Santana, segunda maior cidade do interior baiano e considerada “o Portal do Sertão”… Ou ainda, “a Princesa do Sertão”.
Saí no dia 05, por volta do meio-dia, e, numa viagem muito tranquila realizada na minha moto, em cerca de 5 horas eu cheguei naquele município

título

Aqui começa a aventura…

Os responsáveis pela realização do evento foi o GMSE – Grupo Mundo Subterrâneo de Espeleologia que caprichou em todos os detalhes… Desde a recepção dos participantes até as saídas a campo, com cavernas a serem visitadas escolhidas “a dedo” pelo seu líder Fernando.
Uma delas, por sinal, a que chamou mais a atenção, foi a Gruta do Bom Pastor que, por suas características e respectivas consequências, rendeu a um grupo específico de espeleólogos visitantes, no qual eu estava incluso, uma crônica produzida pela Sociedade Espeleológica Azimute, baseada no desenho animado da década 80 denominado “Caverna do Dragão”.

O que aconteceu foi o seguinte…

wesley e amigos

Exatamente no dia 07, nos reunimos na área do entorno da referida gruta do Bom Pastor para recebermos as instruções básicas… Fomos informados que se tratava de uma gruta que é dividida em 3 grandes salões com características marcantes como ausência total de luz natural logo nos primeiros metros após a sua entrada, baixíssima ventilação, um calor intenso em toda a gruta e presença de vários animais perigosos como morcegos, escorpiões, aranhas e outros seres que vivem apenas dentro de cavernas…

Antes, é claro, a tradicional fotografia pré-exploratória aos pés da “santa cruz”… A proteção divina é sempre muito bem-vinda!

religião

Bem, o primeiro salão, até hoje é utilizado em ações religiosas promovidas pela paróquia local e com relativa facilidade para ser acessado…

 

salão

O segundo, é acessado após uma descida feita através de uma escada artificial, pois se trata de um pequeno, mas perigoso abismo e que guarda fósseis encrustados em sua paredes e visíveis a “olho nu”…

O terceiro, mais abaixo ainda, para ser acessado, é necessário, após uma descida de várias dezenas de metros em forma de rampa com pedras soltas, passar por um estreito caminho somente acessível através de rastejo… Esse era o nosso objetivo, já que é a parte quase intocada da gruta e onde estão nascendo vários espeleotemas (estalactites e estalagmites)… Realmente lindo de se ver…

caverna

Ao final da expedição que rendeu a belíssima foto do início desse relato, todos estávamos literalmente sob os efeitos do calor, do desgaste físico, do cheiro do acetileno queimado produzido pela “carbureteira” (lanterna de cabeça dos espeleólogos mais antigos) e, consequentemente, da baixa taxa de oxigênio, especialmente no interior desse terceiro salão…

Saímos num clima de “missão cumprida”, porém, ao nos ajuntarmos na caçamba da caminhonete que nos levaria de volta à cidade e contemplando as estrelas numa linda noite de céu totalmente limpo, diante de tamanha beleza celestial noturna, o nosso imaginário fora tomado por uma ideia unânime de que, poderíamos ter sucumbido aos caprichos da natureza e nossos corpos estariam sem vida estendidos no chão daquele belíssimo salão… E que agora estaríamos tendo uma experiência paralela à vida terrena… Típico do enredo do desenho animado mencionado anteriormente…

turma

O mais incrível de tudo é que as “peças” do nosso imaginário começaram a se encaixar, pois, no dia anterior, visitamos outras grutas e abismos… E tudo começou pela lembrança de que o nosso amigo e anfitrião Fernando sempre aparecia no início das jornadas, mas, “misteriosamente” desaparecia ao longo dia… Claro, era preciso cuidar de muita coisa ao mesmo tempo, mas nada tirava de nossa cabeça de que se tratava do “Mestre dos Magos”, pois agia igualmente ao personagem do desenho, com um detalhe marcante… É ele, Fernando, o guardião e detentor das chaves do portão que dá acesso à gruta!
Ou seria do portal?

E assim foi o meu feriadão de 07 de setembro de 2015, onde eu, meus amigos e minha inseparável mochila Trekking 35 vivenciamos dias inesquecíveis!

Escrito por

Wesley Santos.

 

 

 

 

 

 

 


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