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O equilibrista do Dedo de Deus


O atleta Gideão Melo entre o highline e o Dedo de Deus (Foto: Divulgação/Istácio Vieira)

Feliz daquele que é capaz de realizar um sonho, mesmo que para isso sejam necessárias 14 horas e um peso de 30 quilos nas costas. Gideão Melo foi lá e fez. Conquistou o primeiro highline do Dedo de Deus, através de uma travessia sobre uma fita de 45 metros de comprimento, 480 metros de altura e 1.480 metros de altitude, montada entre os dedos polegar e indicador do pico.

Segundo Gideão, o plano de abrir um highline na serra já existia, uma vez que havia experimentado outras aventuras na região, como o waterline (versão do slackline sobre águas) na piscina do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

E, então, por que o Dedo de Deus? Ainda de acordo com o atleta, trata-se de um símbolo do montanhismo brasileiro. Para que esta ação se tornasse um marco no esporte, escolheu o lugar como a primeira montanha da região onde a modalidade foi praticada.

Um sonhador nunca está sozinho. Gideão foi à sua expedição acompanhado por três amigos: um fotógrafo, um montanhista e um guia de escalada. E, no dia em que o highline foi montado, o atleta lembra que o vento quase o impediu de atravessar a linha. Afinal,
não bastava montar o highline – era preciso também fazer a travessia. Gideão esperou, o vento acalmou (tal como acontece na vida), e a travessia aconteceu conforme o desejado.

O que se sente durante a travessia? Uma mistura de adrenalina e medo, talvez. “Tenho respeito pelo medo porque ele significa segurança. Quando você sente o medo, você começa a olhar tudo em volta para se certificar de que está seguro. Ignorar o medo é ignorar o risco. Apesar disso, para fazer a travessia, é preciso controlar essa sensação. O medo é causado pela adrenalina”, conta Melo.

Um sonhador nunca se cansa. Agora que o highline do Dedo de Deus se tornou um legado para o esporte, o atleta já está planejando outras conquistas. A princípio, a ideia é abrir mais linhas de highline na região. E vale lembrar: assim como os primeiro grampos batidos no Dedo de Deus, em 1912, os pontos de segurança que Gideão deixou lá ficarão para a vida inteira. Bom para quem se encoraja.

Guardadas as devidas proporções, impossível não lembrar do (esse sim, um louco? ou corajoso demais?) equilibrista do World Trade Center: http://bit.ly/1tv36gI

Fonte: O Globo


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