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Mirante do Inferno – Parque Nacional da Serra dos Órgãos


Mais um caminho estonteante por onde passearemos hoje, sob o olhar de Marcelo Savana.

 

Esse roteiro não é recomendado pra quem não tem experiência com atividades mais intensas. É importante ter uma prática que vai além de caminhadas para não ter surpresas desagradáveis. Dito isto, vamos ao nosso ofício mais adorado: desbravar a natureza.

Tudo começa com o preenchimento do termo de autorização do Parque. Depois, seguimos de carro até a Barragem, onde estacionamos o carro e iniciamos nossa aventura por volta das 8:00h.

 

O caminho mais utilizado para o Mirante do Inferno é o mesmo que dá acesso à Pedra do Sino. Pra quem já conhece, sabe a paisagem que vai encontrar pela frente. E que não conhece, pode se preparar. Seguimos subindo e fizemos a primeira parada na Cachoeira do Véu de Noiva. Depois, passamos pela Cachoeira do Papel, local do antigo Abrigo 2 e chegamos em nossa segunda parada: o antigo abrigo 3, onde existe um convidativo gramado para um bom descanso. Ali, aproveitamos para fazer um lanche.

 

Na parte de trás desse lugar existe um belo mirante de onde se vislumbra um cenário com belas montanhas. Ficamos ali durante alguns minutos e continuamos a subida, agora bem mais suave até a Cota 2000. Nesse momento, abandonamos a trilha que segue em direção à Pedra do Sino e pegamos uma à esquerda que vai para a Pedra da Cruz e logo em seguida à direita descendo para o “Vale das Orquídeas”. Logo chegamos num mirante, onde vislumbramos uma vista alucinante do caminho (pausa para contemplar a paisagem). Continuamos descendo até chegarmos ao ponto onde provavelmente deu o nome ao caminho.

 

A partir deste ponto da trilha, a atividade fica mais intensa, porém melhor, porque tem mais adrenalina pra quem gosta. Cruzamos riachos, escalamos pedras e finalmente chegamos ao “Acampamento Paquequer”, onde dá início ao famoso Rio Paquequer que cruza a cidade de Teresópolis. É possível ver uma pequena clareira que serve de base para quem vai escalar a Agulha do Diabo (2.050m de altitude) em dois dias. Dali subimos novamente uma trilha bem fechada até chegarmos a um Bloco de Pedra, subimos mais um pouquinho até chegamos à beira de um penhasco. Basta contornar uma pedra à esquerda e subir pelo lado oposto para estarmos no cume do Mirante do Inferno. Levamos cerca de 4:30h de caminhada para alcançar nosso objetivo.

 

No dia em que fizemos essa aventura, o tempo estava um pouco nublado, tivemos que ficar no mirante por algumas horas na tentativa que o vento levasse um pouco das nuvens para podermos tirar fotos. A visão deste ponto é divina, com a Agulha do Diabo (eleita uma das escaladas mais espetaculares do planeta) bem à nossa frente. Além disso, se olhar para trás, depois do vale onde desce o Paquequer, você ainda consegue ver a Pedra da Cruz, o Queixo, Nariz, Verruga e Capuz do Frade em diferentes ângulos. É muito confortante também ouvir desse local o som dos rios Paquequer de um lado e do outro, o Soberbo, bem depois da Agulha, seguindo seus cursos normais montanha abaixo. Realmente um visual de tirar o fôlego.

 

Aproveitamos este cenário para muitas fotografias e, depois do  lanche, resolvemos descer, e assim caminhamos de volta. Este Mirante fica entre as pedras São João (2020 m) e São Pedro, e a “Cota 2000”.

Também está ali o Caminho das Orquídeas, trilha aberta em 1965 para facilitar o acesso à Agulha do Diabo. O trecho tem aproximadamente um quilômetro, mas não é fácil de se percorrer pelo desnível do terreno, pela umidade causada por várias quedas de água, que mais abaixo se juntam para formar o principal rio de Teresópolis.

 

Para chegar ao mirante, caminhamos aproximadamente 10 quilômetros, passando por uma das trilhas mais interessantes da região, cortada pela nascente do rio Paquequer. E só para lembrar entre a Cota 2000 e o mirante encontramos três bifurcações, umas mais óbvias, outras nem tanto, mas na ida, seguir sempre à direita, e na volta, à esquerda. Esta trilha foi fascinante e inesquecível. Sinceramente, um dia para ficar para sempre em nossa mente.

 

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