O piloto completa 5 mil quilômetros voando sobre rios brasileiros

O piloto de aventuras Lu Marini concluiu no último dia 04 de abril, a missão de explorar toda a extensão do Rio Paranapanema.

A Expedição “Rastreando o Rio Paranapanema” teve início no dia 22 de março na região de Capão Bonito, localização de uma das nascentes do rio, e terminou no município de Rosana, onde o Paranapanema encerra seu curso desaguando no rio Paraná.

Foram 987 quilômetros em 15 dia de jornada, passando por 18 municípios e somando 32 horas de voo sobre o rio mais limpo, e um dos mais importantes do Estado de São Paulo.

“Queria vivenciar experiências diferentes das minhas duas últimas expedições, onde presenciei a poluição do rio Tietê e a seca do rio São Francisco causando muitos problemas para quem vive do rio”, ressalta o piloto.

Após percorrer todo o curso do rio, o piloto fez um balanço e destacou o Paranapanema como um rio limpo, cheio e margeado por muito verde. “O que mais me impressionou foram os longos caminhos que sobrevoei ao lado de florestas preservadas, e os cinturões de mata ciliar, mesmo em trechos com muitas fazendas de gado e plantações”, comenta Lu Marini.

O grande diferencial da Expedição foi a ação no combate à dengue realizada pelo piloto. Lu Marini visitou escolas e universidades conscientizando jovens e crianças da importância de cuidarmos melhor da natureza e sobre as formas de preservação e combate ao Aedes Aegypti. “Nos encontros que aconteceram em escolas, faculdades e nos pousos realizados, percebi que as crianças e jovens estão bem atentos ao problema da dengue. Todos sabiam da necessidade de não deixar água parada para acabar com os focos do mosquito”, diz Lu Marini.

Em uma ação inovadora com Paramotor, Lu Marini utilizou a tecnologia do GPS para registrar e mapear possíveis criadouros do mosquito da dengue. Com uma visão privilegiada, o piloto detectou caixas d’água sem cobertura, ferro velho, e terrenos abandonados. “Fiquei feliz em encontrar agentes da dengue realizando uma vistoria em um terreno com ônibus abandonados na cidade de Euclides da Cunha Paulista, na região do Pontal do Paranapanema, analisa o piloto.

Conhecer histórias de quem vive às margens do rio já faz parte das expedições do piloto. No Paranapanema não foi diferente. Durante seu trajeto ele encontrou poeta, compositor, atletas importantes e se emocionou com as histórias dos ribeirinhas.

A expedição “Rastreando o Rio Paranapanema” integra o Projeto RIOS, que tem como objetivo sobrevoar toda a extensão das mais importantes bacias hidrográficas do Brasil.

No total, Lu Marini já sobrevoou 5 mil quilômetros de rios brasileiros. Em 2014, o piloto rastreou os rios Tietê e São Francisco, e vai sobrevoar este ano o rio Doce, fazendo um diagnóstico após um ano do maior desastre ambiental da história.

Fazem parte do projeto, expedições nos rios Tocantins, Araguaia, Amazonas, entre outros.

Voando, ele descobriu o Brasil

Criado por Lu Marini, a série “Rastreando” surgiu com o objetivo de explorar rotas pelo mundo, em busca de histórias, experiências, imagens surpreendentes e muita adrenalina, em aventuras jamais realizadas com um Paramotor.

Os números impressionam. Foram seis grandes expedições inéditas já realizadas, totalizando mais de 16 mil quilômetros percorridos só no Brasil, passando por 22 estados e mais de 500 municípios.

Em sua primeira aventura, em 2009, o piloto percorreu 4 mil quilômetros do litoral brasileiro, passando por 63 cidades e 12 estados.

Já em 2010 foram 2 mil quilômetros pelo Pantanal brasileiro, em uma expedição que durou 20 dias.

No México, em 2012, Lu Marini sobrevoou a rota dos vulcões e conquistou o recorde Pan Americano de altitude, voando a mais de 5 mil metros sobre o Popocatépetl e tornando-se o único piloto do mundo a sobrevoar um vulcão em atividade a esta altitude.

No ano seguinte, o desafio foi sobrevoar a rodovia Transamazônica. Foram 40 dias de aventura, mais de 4 mil quilômetros e voos históricos, como o realizado sobre a Floresta Amazônica.