Nos dias de hoje os montanhistas contam com modernos equipamentos e vestuários que facilitam suas atividades, tornando-as mais confortáveis e seguras. Existem diferentes tipos de tecidos que são desenvolvidos especialmente para isso, como os respiráveis, por exemplo. No entanto, apesar de representar um avanço, estes materiais só alcançam seus objetivos quando utilizados nas situações e necessidades adequadas.
É sabido que as condições climáticas afetam o metabolismo e a transpiração do corpo. Como exemplo, o vento e a chuva associados a roupas inadequadas reduzem o nível de proteção e conforto térmico trazendo conseqüências ao desempenho esportivo e à saúde. Assim, as tecnologias lançadas no mercado acabam por servir ao propósito de facilitar a vida das pessoas, resultando daí, a importância da pesquisa em torno dos tecidos a serem utilizados na confecção das roupas destinadas ao consumidor, especialmente os que praticam atividades ao ar livre.
Como o próprio nome sugere, o tecido respirável tem como objetivo deixar o suor sair do corpo, evitando que a pessoa fique molhada e, conseqüentemente, perca calor. Especialmente em locais frios ou com neve, é fundamental a manutenção da temperatura corporal para evitar maiores problemas, como a hipotermia, além de dar maior conforto na realização da atividade. Quanto maior for a dificuldade em manter a temperatura na região central do corpo, mais as extremidades irão sofrer, ficando geladas.
A respirabilidade é a propriedade que um tecido tem de transportar o vapor (suor) para o lado externo da roupa, fundamental para manter o equilíbrio térmico. É uma das mais importantes propriedades das roupas para aventura, já que ao realizar uma pequena caminhada o corpo humano pode perder cerca de meio litro de água por hora. Em caminhadas mais puxadas até um litro, e em esforço extremo até quatro litros por hora.
O método de teste mais comum para medir a respirabilidade de um tecido mede a resistência do tecido ou malha em relação à sua capacidade de transferência de vapor. Assim, uma roupa com boa respiração certamente terá uma baixa resistência à evaporação. Os tecidos respiráveis são formados por milhões de microporos, menores que uma gotícula de água, mas maiores que a molécula de vapor, permitindo então que o vapor da transpiração saia com facilidade, sem a entrada da água da chuva.
Os tecidos usados nos produtos da Trilhas & Rumos tem seu índice de respirabilidade medidos com base na quantidade de vapor d’água (advindo da umidade do corpo) que passa em um metro quadrado de tecido, durante determinado período (coluna d’água/ área/tempo). Assim, o Abrigo Anorak Storm, por exemplo, tem respirabilidade superior a 5000mm/m2/24h. Ou seja, 5.000 milímetros de coluna d’água, por metro quadrado de tecido, em 24h.
Tecidos tradicionais como o algodão e a seda são respiráveis, porém hidrofílicos, isto é, possuem afinidade com a água e ficam rapidamente encharcados. Por isso eles estão cada vez mais sendo substituídos por tecidos sintéticos (poliéster, acrílico e polipropileno, por exemplo) que não só permitem a saída do suor como, em alguns casos, aceleram-na.
Os tecidos respiráveis podem ser utilizados tanto para a confecção de roupas de baixo (chamadas também de segunda pele por ser a camada que deve ficar mais próxima do corpo), quanto para vestuários externos como anoraks, parkhas e calças. Dentro da linha de produtos da Trilhas & Rumos, a camisa Confortech tem a funcionalidade de acelerar a evaporação do suor, diminuindo o tempo de contato coma pele. Feita em poliéster, é perfeita para ser usada como primeira pele. Além disso, seca rapidamente após lavar, não deixa cheiro, é leve compacta e não amarrota.
Já a camisa Trilhas Pro não apenas é respirável, mas é também absorvente. Seu tecido é composto por micro almofadas que diminuem os pontos de contato com a pele, sem perda de eficiência favorecendo a ventilação e, consequentemente, a evaporação do suor. Ou seja, ela praticamente “absorve” a transpiração, deixando o corpo seco. Apesar de poder ser usada como segunda pele, por baixo de outros agasalhos, seu desenho foi idealizado para contemplar também o uso isolado em atividades como bike, trekking e escalada, especialmente em meia estação.
Outro tipo de tecido respirável são aqueles tipo Polar, que aquecem mas ao mesmo tempo permitem que a umidade saia do corpo. As jaquetas Trilhaswind (para homens) e o Trilhasblock (para mulheres), feitos de um material chamado soft shell, tem esta funcionalidade. A tecnologia aplicada em seu tecido resulta em uma ótima proteção contra o frio, com baixo volume e grande eficiência térmica, permitindo que o corpo respire através do tecido. Eles oferecem uma grande proteção contra umidade ou vento (cerca de 5000 mm) e possuem excelente respirabilidade (5000 mm/m2/24h). Ótimo para uso no inverno, ou em locais muito frio, durante as caminhadas.
Impermeáveis transpirantes
Os tecidos impermeáveis transpirantes são um progresso em relação ao velho estilo de capas em náilon, que mantinham a chuva fora, mas também fechavam o suor dentro. Para solucionar este problema foram desenvolvidos tecidos que possuem coberturas (resinagens) com microporos que permitem a saída do suor, e ao mesmo tempo são resistentes ou totalmente à prova d’água.
Por serem extremamente fortes, os tecidos resistentes à água (como náilon ripstop) protegem do vento e de chuvas fracas, ao mesmo tempo em que permitem que o corpo respire. Eles não retêm o suor e por isso são indicados para quem pratica atividades como corrida, ciclismo e esqui, por permitirem uma maior ventilação. São apropriados para climas mais quentes.
Para atividades em condições climáticas mais intensas ou longos períodos de chuva, o mais recomendável são os tecidos respiráveis à prova d’água, que podem ser laminados (uma membrana é laminada à uma base de náilon ou poliéster) ou revestidos (possuem um acabamento na parte externa que evita que a água seja absorvida pelo tecido).
No caso do laminado, sua trama é feita de forma a facilitar a saída de vapor e impedir a entrada de água, como se fosse um funil com a parte larga virada para o corpo: permite a saída de moléculas menores e bloqueia a entrada de moléculas maiores. Explicando melhor, a umidade vaporizada da pele tem um tamanho de molécula muito menor do que a água líquida. Os orifícios na cobertura são grandes o suficiente para deixar o vapor escapar, mas muito pequenos para que a água líquida possa entrar. Assim, as coberturas “respiram” e ainda são à prova d’água.
Esta tecnologia é utilizada não apenas em vestuários, como anoraks e parkhas, mas também em botas de caminhada. Marcas como Gore-Tex (o primeiro tecido impermeável transpirante do mercado, que representou uma grande inovação) e SympaTex são facilmente encontradas nas etiquetas de roupas destinadas à proteção externa ou até mesmo em calçados especializados.
O Abrigo Anorak Storm da Trilhas & Rumos tem esta característica. Feito em tecido respirável, ele possui uma impermeabilização que tem resistência de até 10.000 mm de coluna d’água e respirabilidade superior a 5.000mm em coluna d’água, por metro quadrado, em 24h. Suas costuras seladas potencializam a proteção à chuva e seu design facilita a ventilação e a saída do suor. Outro abrigo da Trilhas & Rumos que usa a mesma tecnologia é a Parkha Andes. Ideal para ser usado em climas mais frios, seu tecido tem grande resistência à umidade (5.000 mm) e respirabilidade (5.000 mm/ 24 horas), o que possibilita a saída da umidade gerada pelo corpo, evitando que se condense internamente e prejudique o conforto térmico. É o mais técnico desta linha.
Mas não pense que os tecidos impermeáveis transpirantes são perfeitos. Como quaisquer outros materiais, devem ser usados em situações apropriadas. Nos países de clima muito chuvoso e com alta umidade relativa do ar, como o Brasil, nem sempre estar com um vestuário como este é uma vantagem.
Ocorre que se um anorak com estas propriedades fica exposto a muita chuva ou alta umidade, terá dificuldade de deixar a transpiração sair porque as gotas de água que se acumularão do lado de fora da trama impedirão a saída do vapor. Assim, a parte interna ficará úmida e a pessoa perderá calor. O contrário também pode acontecer. Se uma pessoa faz muito esforço poderá exceder a capacidade da vestimenta em liberar o vapor e o suor se condensará dentro da capa. Uma vez na forma líquida, o suor não tem grande escape através da roupa. Ou seja, estes tecidos, quando expostos a grande quantidade de suor ou umidade, podem dificultam a evaporação.
Lembre-se que o conforto do corpo está diretamente relacionado com a criação de um microambiente de ar aquecido próximo à pele. Por isso deve-se sempre evitar tanto a redução da temperatura corporal (em caso de baixas temperaturas, chuva e vento), quanto seu aquecimento demasiado (provocado por atividade intensa). Afinal de contas, as atividades em montanha devem ser lembradas como momentos de lazer e não de sofrimento. E estar com a roupa adequada pode ser decisivo.
Por Márcia Soares
Julho de 2010
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